Fiesp faz assembléia-geral segunda-feira (12/12) e pode mudar seu presidente


Osvaldo Maneschy
07/12/2022

Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, pode ser derrubado da presidência da Fiesp por apoiar Democracia

O jornal “O Estado de São Paulo” revelou que Paulo Skaf, que presidiu a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) por 18 anos, está empenhado em uma luta de bastidores para afastar o atual presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, para ocupar o seu lugar. Segundo o “Estadão”, representantes de 86 sindicatos ligados a Skaf marcaram assembléia-geral para a próxima segunda-feira (12/12) para  mudar o comando da entidade.

O movimento é desdobramento de outro iniciado em outubro, mas que não foi adiante pelo fato do atual presidente da FIESP não convocar a assembléia-geral solicitada.  Mas segundo fontes da entidade ouvidas pelo “Estado de São Paulo”, embora os grandes sindicatos patronais tenham ficado de fora, um grande número de novas assinaturas de pequenos sindicatos patronais foi reunido a favor da convocação da assembléia-geral.

Segundo o jornal, “uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados sindicatos de gaveta, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos”.  Por trás do embate, continua o jornal, está o fato de Skaf apoiar Jair Bolsonaro –  mesmo após sua derrota para Lula,  no 2º turno das eleições.

Ainda de acordo com o jornal, “um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar manifesto em favor da democracia, o que foi visto (por Skaf e seus seguidores) como aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.  O filho de José de Alencar assumiu o cargo há apenas cinco meses, mas Skaf vem contestando sua gestão desde então.

A assembléia da próxima segunda está sendo convocada por 86 sindicatos e começa às 14 horas na sede da entidade. Segundo o jornal, o principal objetivo da reunião é “mudar o comando da entidade”, tendo por trás  o ex-presidente Paulo Skaf.  Que não aceita que a entidade tenha recentemente divulgado nota  em defesa da democracia, contrapondo-se as  manifestações na porta dos quartéis e bloqueios de estradas, pregando golpe militar.

No atual pedido para a convocação da assembleia houve mais assinaturas do que na primeira tentativa. Em outubro o requerimento reuniu 78 assinaturas, de um total de 112 delegados dentro do estatuto da Fiesp, mas a reunião não aconteceu embora o estatuto exija apenas  50% das assinaturas das entidades. Mas uma fonte do jornal “O Estado de São Paulo” argumentou, sobre o assunto, que “a  Fiesp não pode ser uma panelinha de  sindicatos que não representam ninguém” – daí ter sido correta a decisão.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, disse à reportagem que o movimento neste momento “está totalmente fora do razoável” e a Fiesp deveria estar convergente “para se construir uma proposta de mais competitividade para a indústria”. Reforçou que, na sua opinião, a entidade precisa ser apartidária e manifestou seu apoio ao atual presidente,  Josué Gomes da Silva.

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