Transformar as eleições em um plebiscito programático é uma pretensão do presidenciável do PDT
O pré-candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou nesta terça-feira (31), na sabatina promovida pelo jornal Correio Braziliense, que renunciará à reeleição após a aprovação no Congresso Nacional de reformas de base, como a tributária, que estão descritas no Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND).
“Uma vez a reforma passando, eu abro mão da reeleição porque ela se transformou, no Brasil, numa grande perversão. […]”, garantiu o pedetista, manifestando o interesse de liderar uma mediação nacional por mudanças estruturantes nos primeiros meses de governo.
“A reforma tributária, no Brasil, só passa por um plebiscito popular. E esse plebiscito não é contra o Congresso. É para protegê-lo dos lobbies e grupos de pressão de uma federação absolutamente caótica, sem o que não vamos restaurar a racionalidade econômica do país”, acrescentou, ao condenar a governança implementada no Palácio do Planalto.
O possível gesto político será precedido, ainda em 2022, de providências determinantes, incluindo a transformação das eleições em um plebiscito programático, com propostas concretas para serem pactuadas diretamente com a população.
“Aqui está o problema, a solução, o dinheiro, quanto custa e qual é o interesse político que será privilegiado e prejudicado. Então, isso diminui muito o hiato do presidente que tem concepção de reformar do país e o Congresso”, pontuou o ex-governador do Ceará.
“A minha candidatura não está aí porque é fácil, é porque é necessária. Eu tenho o diagnóstico da situação brasileira e uma proposta de terapia para a mais grave crise da história”, contextualizou.
Gestão trabalhista
Contra o favorecimento do “rentismo”, enraizado no atual modelo econômico vigente há décadas, o ex-ministro da Fazenda defendeu ainda uma “mudança profunda” a partir de uma “meta de crescimento econômico”. Com planos de longo prazo, a gestão pedetista estabelecerá padrões comparativos, como a Espanha, para alcançar níveis de desenvolvimento social e econômico.
“A partir de um plano estratégico de 30 anos, pois hoje o Brasil não tem plano para nada, tirar metas intermediárias de cinco em cinco anos […] Serão executados mediante uma avaliação, supervisão e controle”, detalhou.
“É possível gerar cinco milhões de empregos, em dois anos, fazendo que 14 mil obras paralisadas sejam retomadas no Brasil. O critério será o efeito das obras na competitividade sistêmica da economia brasileira”, concluiu.