Caro é a ignorância


Wellington Penalva
15/08/2020

“Conheço todos os 500 Cieps por dentro. Eu vi, na hora da saída, muitas crianças se agarrando às grades e chorando porque não queriam ir embora”

Uma das maiores bandeiras pedetistas foi pauta do “Café com Lupi” deste sábado. Ao lado de Maria Amélia, presidente nacional do Movimento Trabalhista pela Educação, Lupi falou sobre esta que é a área mais cara à sociedade brasileira e que sempre fez parte do projeto de nação pedetista, com destaque para os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps).

Pós-doutora em Educação, Maria Amélia atua e milita na área desde antes do Golpe de 1964. Começou a carreira no então estado da Guanabara e vivenciou as transformações no ensino brasileiro. Em retrospectiva, ela lembrou os CIEPs – dos quais participou da implantação ao lado de Brizola e Darcy Ribeiro –, com saudosismo e alguma tristeza.

“O que nós queremos é que a escola possa dar asas através de brinquedos brincadeiras, jogos. Era o que os Cieps davam as crianças. Conheço todos os 500 Cieps por dentro. Eu vi, na hora da saída, muitas crianças se agarrando às grades e chorando porque não queriam ir embora”, recordou Maria Amélia.

Seguindo o tema do ensino integral, o programa exibiu dois vídeos antigos. Em um deles, Darcy defendia a necessidade do país inteiro implantar o mesmo sistema de educação, à época, recém-criado no Rio. No outro, um debate em que Fernando Henrique Cardoso questionava a Brizola se o modelo era economicamente viável, já que demandava grande investimento. “Caro é a ignorância”, taxava categoricamente o líder trabalhista.

De acordo com Maria Amélia, o movimento pedetista pretende fomentar um sistema participativo, em que pais, alunos e professores possam influenciar diretamente nas políticas públicas de Educação. “O que nos norteia nesse momento é estarmos juntos aos nossos deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores, no sentido de mudarmos a direção pela qual a educação tem sido norteada”, afirmou.

No dia a dia do partido desde a sua criação, Lupi traduziu com exatidão o sentimento trabalhista: “O PDT tem na educação a sua alma, a sua vontade de viver, a sua natureza. Para a gente é fundamental organizar um movimento pela Educação forte para que, em cada estado, a gente possa cobrar atitudes [do setor público]”.

Confira abaixo a íntegra do “Café com Lupi” deste sábado.

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