André Figueiredo quer que bancos públicos


Oswaldo Maneschy
28/03/2023

Presidente interino do PDT, deputado André Figueiredo, se solidariza ao ministro Lupi e questiona adesão dos bancos públicos ao boicote contra consignados do INSS

O presidente em exercício do PDT, deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), protocolou Requerimento de Informação na Câmara dos Deputados solicitando que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), explique por qual razão a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) suspenderam as operações de empréstimo consignado aos aposentados e pensionistas do INSS, na mesma linha dos bancos privados.

Na semana passada, atendendo a proposta do ministro da Previdência Carlos Lupi, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduziu o teto de juros de empréstimos consignados de 2,14% ao mês – para 1,70%; e também diminuiu a taxa para cartão de crédito consignado de 3.06% para 2,6% ao mês. A Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban), com total apoio da mídia, imediatamente condenou a decisão e quase que imediatamente, os bancos privados anunciaram a suspensão dos consignados em todo o país.

Decisão seguida, posteriormente, pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – instituições públicas.

André Figueiredo afirmou na última sexta-feira (24/3) que é inaceitável que os bancos públicos tenham se unido aos bancos privados no boicote dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS. “BB e CEF, se unirem a bancos privados e fazerem um boicote a decisão de baixar os juros, que é benéfica para a parte debaixo da pirâmide, nós, do PDT, não iremos admitir!”, escreveu o deputado no seu Twitter.

Figueiredo fez questão de lembrar que na atualidade existem modalidades de empréstimos consignados operando com taxas bem menores que as em discussão relacionadas aos aposentados e pensionistas do INSS.  “Ressalte-se que o Banco do Brasil oferece para os servidores do Poder Legislativo a taxa de 1,34% ao mês!”

Outra taxa, que também ganhou relevo no debate, foi a dos empréstimos consignados destinados aos integrantes do Ministério da Marinha, 1,69% ao mês.

Ainda na sexta-feira passada, em entrevista para a Globo News, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de certa forma, reconheceu que há necessidade de mudanças nesses valores na medida em que foram encontrados o que definiu como “outros problemas” com os empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS.

“A gente identificou outros problemas que inspiram até mais cuidados. Por exemplo, o rotativo do consignado”. Haddad explicou que muitas famílias não estão conseguindo sair do rotativo por conta da conta dos juros sobre juros, devido a atrasos no pagamento.

O governo deve discutir o assunto nesta segunda-feira e amanhã o Conselho da Previdência Social deve voltar a se reunir, com a presença do ministro Carlos Lupi, para tomar a decisão final sobre o teto de juros para os empréstimos para aposentados e pensionistas do INSS, cerca de 17 milhões de pessoas com contratos ativos que totalizam cerca de R$ 350 bilhões de reais.

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