Petróleo no mar torna Guiana o país que mais cresce no mundo

O FMI estima em 37% o crescimento este ano da economia da Guiana (vizinha ao Brasil) que, ano passado, cresceu 62%

Por  Matthew Smith (*)

O pobre e pequeno estado sul-americano da Guiana (ex-inglesa) –  ao Norte do Brasil – está no meio de um épico boom de crescimento graças ao petróleo que fez a ex-colônia britânica emergir como a região de perfuração offshore das mais promissoras do mundo. O boom econômico resultante criado pelo aumento da produção de petróleo viu a Guiana emergir como a economia de crescimento mais rápido do mundo, registrando um impressionante PIB de dois dígitos desde 2020, que atingiu incríveis 62% em 2022.

A produção de petróleo da Guiana se expandiu em um ritmo impressionante, crescendo de menos de 100.000 barris por dia no início de 2020 para quase 400.000 barris por dia até o final de março de 2023. Apesar dos recentes desenvolvimentos negativos, o épico boom do petróleo da Guiana continuará ganhando força por pelo menos mais uma década, com o país a caminho de bombear 1,2 milhão de barris por dia até 2027. Eventos recentes apontam para novas descobertas de petróleo sendo feitas e que o investimento em energia continuará crescendo, o que aumentará as reservas e a produção de petróleo da Guiana.

É a gigante de energia dos EUA, ExxonMobil, e os parceiros do consórcio Hess e CNOOC, que estão no centro do crescente boom do petróleo na Guiana. A empresa petrolífera integrada fez mais de 35 descobertas de petróleo na bacia Stabroek Block, onde detém uma participação de 45% e é a operadora. Isso dotou a Exxon e seus parceiros com recursos de petróleo estimados em mais de 11 bilhões de barris. A superpetroleira continua a fazer descobertas no Stabroek Block à medida que avança em sua última campanha de perfuração.

A última descoberta, que é a segunda para 2023 após o poço Fangtooth SE-1, foi anunciada no final de abril de 2023. A Exxon encontrou petróleo com o poço pioneiro Lancetfish-1, o poço foi perfurado a uma profundidade de 1.780 metros. De acordo com Alistair Routledge, presidente da ExxonMobil Guiana, a descoberta “demonstra o potencial de exploração contínua do bloco Stabroek”. Ele indica que novas descobertas de petróleo estão sendo feitas, apesar do fracasso da exploração de Kokwari-1 também concluída em abril de 2023.

A gigante de energia continua a priorizar o desenvolvimento do prolífico Stabroek Block, comprometendo-se a investir US$ 12,7 bilhões no projeto Uaru, a quinta operação desse tipo a ser desenvolvida pela Exxon no bloco. O projeto Uaru foi aprovado pelo governo da Guiana. A operação terá 10 centros de perfuração com 44 poços de produção e injeção visando mais de 800 milhões de barris de petróleo. Prevê-se que Uaru inicie a produção em 2026 com capacidade para bombear 250.000 barris de óleo/dia.

O desenvolvimento contínuo do Stabroek Block pelo consórcio liderado pela Exxon proporcionará um tremendo ganho econômico e financeiro para a Guiana. O FMI previu que a economia do país se expandirá em notáveis 37% em 2023 e, em seguida, em incríveis 45% no próximo ano, garantindo a posição do microestado sul-americano como a economia de crescimento mais rápido do mundo.

O petróleo do Stabroek Block está gerando uma tremenda colheita financeira para Georgetown. De acordo com o banco central da Guiana, os royalties e lucros do petróleo geraram US$ 201,5 milhões apenas em abril de 2023. O Ministério das Finanças previu em janeiro de 2023 que os royalties e lucros do petróleo combinados da Guiana para o ano totalizariam US $ 1,63 bilhão, o que representa um aumento de 31% em relação a 2022.

Há especulações de que a receita do petróleo da ex-colônia britânica poderia ser ainda maior com o Lisa campo agora bombeando cerca de 400.000 barris por dia, bem acima da capacidade nominal de 340.000 barris diários.

(*) Matthew Smith é jornalista.

Fonte: Oilprice.com e AEPET

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