Manoel Dias: “PDT enfrenta o bolsonarismo com organização e formação nos núcleos de base”


Bruno Ribeiro/FLB-AP
12/05/2020

Secretário-geral defende o projeto nacional como diferencial na defesa do processo democrático

“Nuclear é prioridade no PDT a partir das bandeiras do trabalhismo. Temos uma oportunidade histórica para superar o bolsonarismo e proteger o povo”, afirmou o secretário-nacional do partido e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias, durante debate virtual promovido pelo PDT de Piracicaba (SP) na tarde desta terça-feira (12). Na videoconferência, que faz parte do programa “Conexão Trabalhista”, o tema central foi a organização dos núcleos de base e a formação da militância no combate aos movimentos antidemocráticos.

Transmitida pelo Youtube, a live contou ainda com as participações do ex-presidente nacional da Juventude Socialista, Luiz Marcelo; do presidente e vice do PDT em Piracicaba, Osmar Bertazzoni e Carolina Angelli, respectivamente; de representantes do PDT em São Paulo, Rhodner Paiva e Vina Guerreiro, além do membro do PDT de Campo Grande, Yves Drosghic.

Ao defender a organização a partir da criação de células, Dias reforçou que o projeto, liderado pela Fundação, permite que a militância ratifique sua representatividade em todos os níveis, além de ser um facilitador no processo de estruturação da pré-campanha para prefeitos e vereadores.

“Com a mobilização por núcleos, os pedetistas acabam, naturalmente, mobilizando e gerando uma rede que estimula a propagação de ações e ideias trabalhistas. Com isso, poderemos avançar no estado de São Paulo e em todas as regiões”, comentou, relatando a importância da atuação do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

“Mesmo com a pandemia, a internet está sendo uma ferramenta indispensável. As reuniões e troca de informações podem ser também virtuais, o que gera um ganho de qualidade incalculável”, completou.

Segundo ele, o aprimoramento de um partido democrático e ideológico é fundamental, pois as grandes mudanças aconteceram por revoluções.

“Hoje, será através da nucleação com apoio da internet. Temos que mostrar para a população a razão das coisas. O cidadão precisa crer. E isso só será acontecerá através da propagação dos conteúdos para formação. Brizola já anunciava, há mais de 20 anos, que o ambiente virtual seria uma ferramenta mundial. Nós temos que usar toda essa potencialidade para ressoar nossa voz e unir a militância”, comentou, citando os produtos digitais gratuitos oferecidos pela Fundação no site da Universidade Aberta Leonel Brizola (ulb.org.bt).

Defesa democrática

No aprofundamento das críticas às ações do governo federal, Dias alertou para os perigos da continuidade de Bolsonaro na condução do país.

“Temos um presidente irresponsável e criminoso. Ele debocha da crise e da morte. O pior que ele tem um projeto antidemocrático. Através da incitação do ódio e da deformação ideológica, ele quer instaurar uma ruptura. O momento é difícil”, comentou.

“Por isso, temos que nos preparar ainda mais, pois as lutas nunca foram fáceis para nós. Sempre buscamos a construção de uma pátria soberana. Ao assumir essa posição, confrontamos os que detém a maioria da riqueza e o sistema financeiro. Esse grupo não quer nem discutir e seguem reclusos em suas mansões”, acrescentou.

Na análise dos pilares de sustentação do bolsonarismo no Palácio da Alvorada, Dias, que foi ministro do Trabalho e Emprego, relata que a “história se repete, pois mudam os atores, mas o palco é o mesmo”.

“A burguesia está adorando o governo. Através do ministro da economia (Paulo Guedes), estão acabando com as conquistas dos trabalhadores desde Getúlio Vargas. Eliminaram de vez o ministério do Trabalho, desfiguraram a CLT e cancelaram normas regulamentadoras, sem contar ainda a nefasta reforma da previdência para oprimir os aposentados”, garantiu.

Representatividade

Com a valorização e crescimento das bancadas pedetistas no Congresso, Dias ratificou que o partido “tem um projeto sério, e não demagógico, de desenvolvimento nacional com a contribuição de Ciro Gomes”.

“O que está em jogo não é a política, mas a democracia e a liberdade. Precisamos dar continuidade ao processo democrático contra as práticas fascistas. O Ciro é a uma liderança e, diante da unidade, vamos sair do discurso e colocar cada vez mais nossas propostas na prática” encerrou.

Ao defender o legado do PDT, Luiz Marcelo valorizou a oportunidade de replicar os conhecimentos acumulados e construir pontes para superar a onda reacionária que impacta a nação.

“A gente aprendeu a linha do partido e busca traduzi-la na ponta, onde está o povo, a partir dos ensinamentos dos trabalhistas, como o Manoel Dias. Foi um orgulho mobilizar a nossa juventude e, agora, contribuo no mandato do deputado federal, Túlio Gadêlha, que também teve origem nos movimentos”, disse.

Para Osmar Bertazzoni, a militância precisa ouvir “as vozes da razão através dos seus líderes”. “O Manoel sempre foi um representante moderado, que mostra o caminho com sabedoria. Foi uma aula para mostrar aos novos membros a força do PDT”, disse.

Já Yves Drosghic aponta que o momento atual é uma oportunidade para mostrar os diferenciais e a essência da legenda diante do cenário político.

“O Trabalhismo prega a solidariedade entre as classes e é a saída para o país. Temos que nacionalizar as discussões, a partir dos municípios, com o projeto de desenvolvimento e o progresso dos núcleos de base.

Programação

Na próxima edição, que está programada para a próxima quinta-feira, às 16h, o convidado será o deputado estadual, Márcio Nakashima (PDT-SP). Membro da comissão da Assembleia Legislativa de São Paulo que acompanha os gastos emergenciais do governo estadual, sob gestão de João Doria, referentes à Covid-19, o parlamentar analisará os impactos da pandemia na realidade do paulistano.

Acesse o canal do Conexão Trabalhista: bit.ly/2WqJnBZ.

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