Genocídio indígena precisa parar


Wellington Penalva
18/07/2020

O “Café com Lupi” deste sábado tratou do genocídio indígena que tem acontecido como desdobramento da pandemia do coronavírus. Rafael Weree, membro da população Xavante e presidente nacional do Movimento Indígena do PDT, foi o convidado desta edição e denunciou o descaso do Estado em relação aos povos nativos brasileiros.

“Para nós, parece que não passou a ditadura. Nesse momento, estamos vivendo um total abandono no combate a Covid-19, em especial o povo xavante”, relatou Weree. De acordo com o indígena, sua aldeia já perdeu 41 membros em função da doença e cerca de 300 foram contaminados. O número de mortos chegou ao pico de nove em um dia.

Segundo dados oficiais, até agora são 218 indígenas mortos pela doença em todo o país. Esse número é contestado pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib). Para a entidade, a comunidade nativa brasileira já soma mais de 500 óbitos.

Questionado por Lupi se os indígenas têm conseguido alguma assistência médica, Weree revela um dado alarmante: existe apenas um médico para atender 160 aldeias. Para piorar, o tratamento oferecido nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das cidades próximas aos povoados é com a duvidosa cloroquina que, “graças a Deus” – como disse o líder xavante –, está em falta.

O presidente Carlos Lupi reforçou que é preciso brigar no Congresso para que os povos indígenas sejam assistidos. “Isso é uma luta política. É mesmo um genocídio o que está acontecendo. Vocês estão isolados, não tem assistência, não tem medicamento, não tem acompanhamento. Precisamos lutar para que a assistência chegue até vocês”, disse ao companheiro Weree.

Assista o “Café com Lupi” deste sábado.

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