Ciro Gomes condena ‘PEC das Bondades’: “Nasce o estado de emergência eleitoral”


Osvaldo Maneschy
01/07/2022

Pré-candidato do PDT diz que “mais uma vez, em nome dos pobres, se comete um grave desvio institucional”

O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, ao condenar a chamada “PEC das Bondades” que acaba de ser aprovada pelo Senado, e que vai a votação na Câmara dos Deputados, argumentou que “ao  povo, no seu estado de penúria, não se pode negar nada. Mas não se pode colocar no seu prato de comida os restos triturados da Constituição”. Na opinião de Ciro, manifestada em sua página no Facebook, “se continuarmos a fazer isso, seremos uma Nação sem lei, sem estado de direito e sem democracia”.

Destacou, ao reforçar a sua condenação à atitude do governo que “agora assistimos o nascimento do estado de emergência eleitoral, filho mais novo do estado de emergência institucional, este ser que cultua e pratica a autofagia legal, onde as leis devoram umas às outras, inclusive a lei maior, que é a Constituição”.

Segundo Ciro, “a tal PEC das Bondades – que deveria se chamar PEC do Desespero, PEC do Fim do Mundo, ou PEC da Vergonha – é mais um capítulo deste festival de PECs que assola o país, com o beneplácito dos Três Poderes. Um desmantelo institucional do qual todos nós viramos vítimas e cúmplices”.

Para Ciro, “temos  um Executivo bandido e perdido. Um Legislativo acuado, cercado, de um lado, pelas labaredas de uma tragédia social e pressionado internamente pelo rolo compressor de uma maioria oportunista.  E, tão grave quanto, temos um STF que às vezes parece abdicar do seu papel de garantidor mor da Constituição para se contentar com ativismos diversos, e permite, que aquilo que deveria ser exceção, as PECs, virem uma expressão cotidiana de politicagem”.

Ainda de acordo com o pré-candidato do PDT, “mais uma vez, em nome dos pobres, se comete um grave desvio institucional. Em um momento em que se discute, com absoluta falsidade fática e conceitual, supostas ameaças de fraude eleitoral, acaba de ser cometida a grande fraude eleitoral destas eleições”.

Ele acrescenta: “O verdadeiro Estado de Emergência, em especial na sua feição institucional, existe desde a usurpação do poder por Temer. O estado de emergência política já virou estado de emergência social há muito tempo, nas mãos de um governo corrupto, sanguinário e insensível”.

E conclui: “Agora assistimos o nascimento do estado de emergência eleitoral, filho mais novo do estado de emergência institucional, este ser que cultua e pratica a autofagia legal, onde as leis devoram umas às outras, inclusive a lei maior, que é a Constituição”.