Ciro critica pedido de ajuda de Bolsonaro a Biden para vencer eleições


Bruno Ribeiro
14/06/2022

Proposta dos “traidores da pátria” ao presidente dos Estados Unidos ocorre na Cúpula das Américas

O pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, criticou nesta segunda-feira (13), durante entrevista ao portal g1, o pedido de ajuda do presidente Jair Bolsonaro a Joe Biden para vencer as eleições no Brasil. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a proposta foi feita ao presidente dos Estados Unidos durante reunião privada na Cúpula das Américas, na cidade norte-americana de Los Angeles, na última quinta-feira (9).

“Você imagina o presidente da sua República pedir ao presidente dos Estados Unidos para ajudá-lo na eleição?”, questionou, em diálogo com a jornalista Renata Lo Prete.

“Esses camaradas que estão nos governando são os grandes traidores da pátria”, afirmou.

Na área econômica, o ex-ministro da Fazenda propôs alterar as atuais diretrizes neoliberais, conforme detalhado no Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND). Para o pedetista, o Produto Interno Bruto (PIB) traduz a acumulada deterioração do modelo replicado desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.

“O PIB brasileiro está estagnado e não por causa do Bolsonaro, que é um desastre. Está estagnado porque o modelo econômico – câmbio flutuante, superávit primário, meta de inflação – e o teto de gastos agravam tudo isso, proíbem o Brasil de crescer”, detalhou.

Sobre as tentativas do governo bolsonarista de reduzir, antes da eleição, os preços dos combustíveis, Ciro denuncia que o uso de verba de áreas essenciais só beneficiará a rentabilidade dos acionistas da Petrobras.

“O que o governo Bolsonaro está propondo é tirar dinheiro da educação e da saúde, que é basicamente provida pelos estados e municípios, para financiar o lucro exorbitante do acionista minoritário da Petrobras. E não é para resolver o problema, é para atravessar o período eleitoral”, condenou.

Diante do genocídio liderado por Bolsonaro desde o começo da pandemia de Covid-19, o pedetista enfatizou a necessidade de responsabilização dos membros do governo federal.

“O Brasil tem 3% da população mundial e aqui morreram, na pandemia, 11% das pessoas que morreram no mundo. Esse crime foi cometido por Bolsonaro e pelos canalhas que o cercam. O que lasca o Brasil é a impunidade. Se um dia eu tiver a honra de servir esse país, isso vai acabar”, garantiu.

Alternativa

Almejando a “cumplicidade com o povo” para fortalecer as transformações nacionais que julga necessárias, o ex-governador do Ceará ratificou a importância do debate entre os pré-candidatos para aprofundar as propostas de cada plano de governo.

“O debate não é uma ocasião de esgrima, de argumentos, é a única chance que o país tem de conhecer com profundidade os problemas e tirar daí a solução para mudar o modelo econômico”, disse.

“Se antes eu queria ser presidente, agora eu preciso oferecer ao povo brasileiro uma alternativa à destruição do Brasil”, acrescentou.

Ao avaliar o impacto da reeleição, Ciro negou o interesse de ocupar o possível cargo de chefe da União por oito anos. Para ele, a prioridade é concretizar as reformas de base.

“Se eu for eleito, eu não quero reeleição. Vou trocar a minha reeleição, começando com o meu exemplo, em troca das reformas que o Brasil precisa”, salientou.

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