Trabalhismo na História: Zeca Brito conta bastidores do filme Legalidade

Diretor da produção nacional destaca a importância de retratar parte do legado de Brizola no cinema

 

A experiência de levar para a tela do cinema os intensos e marcantes momentos de Leonel Brizola, em 1961, foi contada pelo diretor do filme Legalidade, Zeca Brito, durante a nova edição do programa ‘Trabalhismo na História’, que foi lançado nesta sexta-feira (21), no canal oficial do Centro de Memória Trabalhista (CMT) no YouTube.

Durante a entrevista para o coordenador do CMT, Henrique Matthiesen, o cineasta detalhou os bastidores das gravações, a importância da história retratada pela produção nacional, a influência de lideranças na sua vida pessoal, bem como sua paixão pela arte audiovisual.

“O filme mostra o recorte da visão do Brizola. O que ele pensaria, como reagiria e também desejaria que a história tivesse sido contada, acredito eu. E vendo a resposta dos familiares, conseguimos chegar nesse objetivo”, disse Brito.

“A gente fez sem nenhum tipo de restrição a nada. Em todos os episódios que buscamos contar, como passagens da vida pessoal do Brizola e a intimidade com a Dona Neusa, a família disse que eram importantes de serem relatados. Buscamos honrar uma história”, explica.

Indicando que seus produtos trazem questionamentos ligados às transformações sociais que a sociedade conquista através da política, Britto avalia as dificuldades do cinema brasileiro e a importância da insistência para quebrar barreiras e paradigmas.

“Fazer um filme, no Brasil, já é muito difícil. E tratar de questões políticas, ou históricas, é ainda mais difícil, pois grande parte (das passagens) não foi contada porque incomodava e chegava até certos privilégios e oligarquias que estão aí, até hoje. Ironicamente, a gente vive em uma democracia que despreza a cultura. É contraditório”, critica.

Raízes

Ao citar o aprendizado desde os primeiros contatos com uma câmera, o cineasta relata o vínculo com o ambiente político para o desenvolvimento não somente técnico, mas também como cidadão.

“Meu pai trabalhou muito, voluntariamente como trabalhista, em várias eleições na parte do audiovisual em Bajé (RS), o meu município. Então, desde criança, estava ali nos bastidores das campanhas de vereadores e prefeitos com muito conteúdo sendo feito, desde depoimentos até histórias de vida”, comenta.

“Por ser de uma família trabalhista e brizolista, acima de tudo, que é uma paixão que está na nossa formação humana, temos as referências e os exemplos do Brizola. Tenho, portanto, a memória do meu pai falando muito das ideias dele, como o ensino integral e a educação como instrumento de desenvolvimento”, acrescenta, ao também elogiar o legado de Darcy Ribeiro a partir do livro ‘O Povo Brasileiro’.

Realização

Com Cleo Pires, Leonardo Machado e Fernando Alves Pinto no elenco, o título lançado, em setembro de 2019, retrata o ano de 1961, onde então governador do Rio Grande do Sul, Brizola, organiza e lidera um movimento denominado Legalidade. Marcante, a mobilização de resistência democrática reúne milhões de brasileiros para impedir um golpe militar e, assim, garantir a posse de João Goulart como presidente da República.

Acompanhe, na íntegra, a entrevista:

Confira ainda o trailer internacional do filme:

https://www.facebook.com/LupiPDT/videos/303409310339508

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