Rodrigo Neves: “A necessidade de mudança é urgente!”


O Dia
12/09/2022

Em entrevista ao jornal O Dia, candidato do PDT ao Palácio Guabanara detalhou seu programa de governo e as prioridades para resgatar o estado do Rio de Janeiro. Confira:

Quais as características ideais que um governador precisa ter?

O Rio de Janeiro sofre a pior crise econômica da história. As famílias sofrem de desemprego, com a inflação, com a fome, com descaso com a saúde, com a falta de segurança das ruas e com o abandono da educação. A necessidade de mudança é urgente! E para mudar é preciso saber governar e ter compromisso com o povo. Boa gestão, compromisso com o povo e transparência são as três características mais importantes.

O que difere o senhor dos outros candidatos?

Há 10 anos, a cidade de Niterói era um grande desafio. Após sofrer a maior tragédia da sua história e quando fui eleito pela primeira vez, o município estava em uma situação de crise, com dívidas que superam R$ 1 bilhão, com serviços públicos paralisados e deteriorados e a população sem esperança. Oito anos depois eu entreguei a cidade para o meu sucessor com dinheiro em caixa e a cidade com serviços públicos recuperados e a melhor qualidade de vida do estado do Rio e a sexta do Brasil. Não tenho dúvida de que essa experiência da boa gestão e do compromisso com o povo será muito importante para a reconstrução do nosso estado, que hoje é o maior desafio de administração e governança dos 27 estados brasileiros. É preciso saber governar!

Em uma entrevista o senhor afirmou “que nenhum carioca/ fluminense ficará em situação de fome e pobreza no Rio de Janeiro”. Como o senhor pretende cumprir essa promessa?

Nós queremos recuperar o salário mínimo regional para R $1.55 mil. Além disso, vamos garantir uma renda básica para retirar da condição de extrema pobreza e fome três milhões de pessoas que hoje acordam todos os dias sem saber se vão tomar café da manhã, almoçar e jantar. Da mesma forma que fiz em Niterói, criando o Programa de Renda Básica, que agora foi continuado pelo Axel Grael com a moeda social, nós vamos garantir uma renda básica, com o compromisso que nenhuma família fluminense, nenhum carioca, vai passar fome nos próximos meses e anos, a partir do nosso governo.

Como pretende cumprir a promessa que, se eleito, irá gerar mais de 150 mil empregos nos primeiros meses?

Com a criação de frentes de trabalho. Levando água e esgoto tratado para São Gonçalo, Zona Oeste, Baixada Fluminense e interior do estado. Nós também vamos criar frentes de trabalho para construir 100 mil casas populares logo nos dois primeiros anos do governo, o que representa mais do que foi entregue nos últimos 20 anos. Gerando, assim, 150 mil empregos e postos de trabalho logo no início do mandato.

O senhor foi prefeito de um dos municípios com maior renda per capita, mas o Rio é muito desigual. Como gerir um estado que está em recuperação fiscal?

Nos últimos 12 meses, eu reuni os melhores especialistas, nas mais diversas áreas de administração pública e nós construímos uma aliança importante com o prefeito Eduardo Paes, que é reconhecido como um dos melhores gestores públicos do Brasil. Essa aliança é importante para vencer a eleição, mas será fundamental para a reconstrução do estado, para ter uma equipe de excelência nas diversas áreas a partir de janeiro de 2023. Nós preparamos um plano que prevê um programa emergencial de frente de trabalho, de renda básica, de recuperação do salário mínimo regional, para superar a condição que se encontra o estado e a população carioca. Um plano estratégico de médio a longo prazo, que seja capaz de fazer do Rio, o melhor lugar para viver, trabalhar e ser feliz do Brasil. É preciso tomar as decisões corretas logo no início da gestão.

O Rio de Janeiro sofreu nos últimos cinco anos e foi o estado que mais perdeu emprego e renda no sul e sudeste brasileiro. Nós vamos colocar em prática um plano de desenvolvimento que seja capaz de gerar emprego e renda no Complexo Industrial de Óleo e Gás. Lutando e trabalhando pela conclusão e implantação da refinaria de Itaboraí, trabalhando pela indústria naval e pela consolidação de complexos industriais, de serviço de saúde e no de serviço do entretenimento, turismo e economia criativa. Não tenho dúvidas de que com boa gestão, com planejamento, nós vamos conseguir reduzir a pobreza e reverter o processo de esvaziamento econômico do Rio que ocorre há mais de 20 anos.

Como o governo pode atuar para integrar a região metropolitana em termos de transporte? Em caso de vitória, qual seria a prioridade do seu governo?

O Plano Diretor de Transportes Urbanos da região metropolitana foi elaborado em 2014 e previa para 2021 o início de 19 projetos para melhorar a qualidade e ampliar o transporte público do Rio de Janeiro. Infelizmente, nenhum desses projetos foram iniciados, muito menos entregue pelo governo atual. É uma verdadeira tragédia a área de transporte e mobilidade no Rio de Janeiro. Não apenas não foi implantado nenhum projeto, como o transporte se deteriorou ao longo dos últimos anos, e a gente vê o desequilíbrio e a crise do sistema de barcas, o caos no sistema dos trens com o completo abandono da Supervia. A população tem levado, duas, três horas para se deslocar. Isso é inaceitável! Vamos promover um choque de gestão e tratar com respeito o usuário. A primeira medida é retornar, em todos os ramais, o sistema de trens expressos que foram suspensos na pandemia e até hoje não retornaram.

Vamos fazer ligação por trilhos, entre Pavuna, Santa Rita e Nova Iguaçu e vamos fazer o tão esperado projeto de metrô ligando Itaboraí, São Gonçalo… promovendo uma ampla requalificação urbana e melhoria da qualidade de vida. Esse projeto será a infraestrutura mais importante do estado e ele integra definitivamente a região metropolitana do Rio, dando ao usuário uma condição que há décadas a população espera. Não é possível mais suportar a mobilidade baseada somente na modelagem rodoviária sobre a Ponte Rio-Niterói. Eu quero iniciar esse projeto logo no primeiro mandato e acredito que é possível entregar ele no início do segundo mandato.

Em sua visão, qual a necessidade de criar o gabinete integrado de segurança, comandado pelo governador? Como as polícias Civil e Militar terão autonomia em seu governo?

Nos últimos anos, estudei profundamente as melhores experiências internacionais de prevenção à violência urbana. Nós colocamos o projeto chamado Pacto Niterói Contra a Violência e fizemos o maior investimento em segurança pública que uma cidade fez no Brasil nos últimos oito anos. Niterói, que sofria uma situação muito dramática e triste em 2013, retomou patamares de indicadores de qualidade graças a esse investimento. Não há solução mágica para o problema, entretanto é possível mudar e garantir maior tranquilidade. Nos últimos quatro anos, o estado não teve qualquer tipo de estratégia, de plano, de segurança pública e o governo apostou em ações pontuais, midiáticas, sem qualquer tipo de estratégia.

Não é à toa que as milícias e o tráfico de drogas ampliaram o domínio em bairros e cidades metropolitanas. Acredito que, a partir da implantação do gabinete integrado sob a liderança do próprio governador, e a união das agências federais, com ministérios e com as prefeituras, mantendo a autonomia administrativa, financeira e operacional das polícias, é possível conseguir reduzir os índices e gradualmente retomar territórios que estão tomados pelo crime organizado.

Para finalizar, fique à vontade para deixar sua mensagem para o eleito do O DIA.

Quero deixar uma mensagem de confiança e esperança: apesar da gravíssima crise econômica e social do estado, o Rio de Janeiro tem conserto. A continuidade do governo do Cláudio Castro seria uma tragédia. A necessidade de mudança é urgente, mas, para mudar, é preciso vencer a eleição, saber governar e ter compromisso com o povo. Eu sei que estamos enfrentando a máquina, mas tenho certeza de que vamos ao segundo turno, vencer e iniciar o melhor governo da história do Rio.

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