Lupi e Ciro colocam sindicatos como essenciais na proteção da democracia


Da Redação
17/09/2021

Terceiro Congresso da CSB reuniu representantes do PDT, que abordaram o resgate das conquistas trabalhistas

A colocação dos sindicatos como ferramenta essencial de proteção democrática e reconstrução do país foi destacada pelos presidente e vice-presidente nacionais do PDT, Carlos Lupi e Ciro Gomes, respectivamente, na abertura do 3º Congresso da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). A cerimônia virtual ocorreu nessa quinta-feira (16) e reuniu representantes do executivo e legislativo, bem como de partidos e movimentos sociais.

Ex-ministro do Trabalho e Emprego, Lupi exaltou a “pauta de lutas” da entidade e a participação dos filiados na ampliação das manifestações pelo impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, que atenta contra conquistas trabalhistas construídas desde a gestão de Getúlio Vargas.

“A democracia, no Brasil, vive um sério risco. Temos um profeta da ignorância, e seus seguidores, querendo impor ao Brasil uma pauta de atraso, retrocesso, perda salarial e de direitos. Isso é muito grave”, alertou.

“A cada dia, Bolsonaro ameaça o povo brasileiro com medidas que são contra os trabalhadores, o interesse nacional e a democracia”, completou, ao elogiar o protagonismo da CSB.

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pela sigla trabalhista, Ciro disse que o encontro “ocorre em um dos momentos mais graves e delicados da vida brasileira”. Ele mostrou preocupação com a “destruição, praticamente estrutural, do mundo do trabalho e da produção no Brasil”.

“Os números são absolutamente assustadores. São um desafio para lutarmos. 15 milhões de desempregados, 16 milhões de pessoas passando fome, 130 milhões comendo precariamente, 6 milhões desistiram de procurar emprego, 63.7 milhões de brasileiros humilhados no SPC”, listou.

“É o mais grave e profundo buraco na história republicana brasileira. Diante disso, nosso sofrido, chocado, descrente e assustado olha para a política. […] Vemos uma polarização superficial, rasa e despolitizada, que passa muito longe, num choque histérico de personalidades, ódios e paixões, da energia necessária para que nós possamos entender o problema brasileiro”, criticou.

Luta popular

Com o tema “Sindicatos fortes, Brasil mais justo” e painéis até sábado (18), o evento foi colocado pelo presidente da CSB e do PDT na capital paulista, Antonio Neto, como uma ferramenta de avaliar “coletivamente o futuro não só da entidade, mas de todo o movimento sindical e da sociedade”.

Ao analisar o cenário brasileiro na última década, Neto salientou os ataques sistemáticos dos últimos governos a partir das reformas trabalhistas e previdenciárias promovidas pelos governos Temer e Bolsonaro. A deterioração dos direitos sociais é, segundo ele, uma consequência direta da influência aristocrática na política neoliberal.

“Essa elite escravocrata está sempre procurando diminuir os direitos dos trabalhadores, precarizar o trabalho e a mão de obra. Ou seja, explorar cada vez mais a classe operária, o povo trabalhador”, opinou, citando ainda o encerramento e esvaziamento do Ministério do Trabalho, marco da Era Vargas.

“Com a política econômica do Paulo Guedes e a política geral capitaneada por esse genocida [Bolsonaro], o Brasil não precisa ter ministério, não adianta ter ministério. Tudo isso terá que ser revisto e a responsabilidade é grande”, completou, salientando a importância do papel do Estado e das entidades sindicais na pandemia da Covid-19.

Secretário-geral do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias fomentou os princípios trabalhistas na colocação da CSB como mobilizadora dos trabalhadores em prol de uma “pátria justa, igual e democrática”.

“Nesse momento perturbador da vida nacional, em que foram subtraídos direitos trabalhistas e previdenciários e existe um recorde de desemprego, é importante a convenção da CSB. É uma central que reage e luta pela recuperação das conquistas oriundas desde Getúlio Vargas”, lembrou.

O deputado federal Mário Heringer (PDT-MG) argumentou que o Brasil precisa gerar um debate ampliado sobre o futuro a partir de alternativa vinculada a um plano de governo estruturado, como o Projeto Nacional de Desenvolvimento capitaneado por Ciro.

“Esse tema do congresso vai trazer para a gente, e mostrar para o povo, que o Brasil não pode discutir mais pessoas. Tem que discutir um caminho novo com personalidade, projeto, que seja nacional e vise aumentar, e com certeza melhorar, as condições de emprego e trabalho no Brasil. Fazendo que a gente recupere a dignidade do brasileiro, que hoje é, em grande número, desempregado e desalentado”, comentou.

“Ciro Gomes personaliza uma luta intensa em nome de um projeto, e não simplesmente em nome de uma vontade pessoal. O conheço muito bem e sei das suas intenções, por isso eu acredito e tomei essa bandeira do Projeto Nacional de Desenvolvimento também para mim”, encerrou.

Juliana Brizola, deputada estadual pedetista no Rio Grande do Sul, evidenciou o legado do sindicalismo na proteção dos interesses populares e na melhoria da qualidade de vida das famílias brasileiras.

“A CSB é um grande braço dos trabalhadores organizados. […] Que vocês possam trazer alento para o nosso povo nesse momento tão difícil. Só quando o trabalho age coletivamente ele tem força”, reforçou.

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