Filho de Jango lança livro com fatos da vida do ex-presidente no exílio


Elizângela Isaque
O Golpe de 1964 através dos olhos, sentimentos e inquietações de uma criança de sete anos.  E não de uma criança qualquer, mas do filho do ex-presidente João Belchior Marques Goulart, o Jango, que, no dia 4 de abril daquele ano, foi obrigado a deixar o Brasil para morrer no exílio.
 
Cinquenta anos depois do golpe que manchou a história do Brasil e 40 anos após a morte de João Goulart , João Vicente Goulart lança o livro “Jango e eu – Memórias sem volta de um exílio”, no qual relata a sua relação com o pai durante o seu crescimento e longe de suas raízes por 12 anos (de 1964 a 1976).
 
Ao longo das 350 páginas da obra, João Vicente relembra suas dores, aprendizados, superações e adaptações, ao mesmo tempo em que apresenta para o leitor um Jango inimaginável por aqueles que, no Brasil, sofriam com a ausência da democracia. Desde o embarque para o Uruguai, país que acolheu sua família, ele fala do cotidiano com o pai, da saudade de sua terra natal, da resistência e do sonho de um dia todos voltarem para o Brasil.
 
E sob essa perspectiva, ele deixa sua versão dos fatos, acerca de um João Goulart que, no Brasil, foi criticado tanto por quem acreditava que ele não reagiu ao golpe quando pelos que o acusavam de ter sido radical na tentativa de retomar o poder. Já para os uruguaios, segundo João Vicente, Jango era um comunista subversivo.
 
“Sempre achei que a palavra subversivo se moldava mais aos que subverteram a Constituição, violando-a, desrespeitando-a, manipulando-a, rasgando seus preceitos na base da bala, dos tanques e da prepotência. Jango sabia disso e fez do tempo e de sua morte no exílio um exemplo de resistência constitucional. Ele caiu de pé. E tinha certeza que a história estaria ao seu lado”, declara João Vicente.
 
Sobre o autor

João Vicente Goulart é fundador e presidente do Instituto Presidente João Goulart. Foi deputado estadual (1982-1986) e integrou o Conselho de Acompanhamento da Sociedade Civil, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Em 1998 assumiu a presidência do instituto de Terras do Rio de Janeiro (Interj), a convite do então governador Leonel Brizola. Em 2000, assumiu a Subsecretaria de Agricultura, no estado do Rio de Janeiro, implantando o Banco da Terra, do qual foi presidente.

 
“Jango e eu – Memórias sem volta de um exílio”
 
Lançamentos
 
7 de dezembro: Brasília – Livraria Cultura do Casa Park, às 19h.
9 de dezembro: Rio de Janeiro – Livraria Travessa do Leblon, às 19h.
13 de dezembro: Florianópolis (SC) – Livraria Livros e Livros, às 17h.
19 de dezembro: São Paulo (SP) – Livraria da Vila Fradique Coutinho, às 19h.
10 de janeiro: Porto Alegre (RS) – Livraria Cultura do Bourbon, à 19h.
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