É preciso eleger propostas e ideias que tenham força no povo, afirma Ciro Gomes


Por Silmara Cossolino
04/07/2018

Ciro Gomes participou na tarde desta quarta-feira (4), em Brasília, da sabatina com pré-candidatos à Presidência da República promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além de expor a situação atual do País, o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT também teve a oportunidade de propor ideias para recuperar a economia brasileira.

Para Ciro, não existe caminho possível para retomada da economia e da geração de empregos que não passe pelo fortalecimento da indústria nacional. Durante sua apresentação, ele voltou a falar sobre a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento. De acordo com ele, é preciso associar um governo forte com um empresariado energizado e convergente com o processo desenvolvimentista.

“Nós precisamos devolver ao imaginário brasileiro a ideia de projeto nacional de desenvolvimento. Projeto supõe que o País deveria se dedicar a planejar, não quer dizer dirigismo estatista. Quer dizer o seguinte: qual é a nação, qual é a empresa, qual é o setor que reage ao dia a dia para ter um plano estratégico? Qual a visão estratégica que temos?”, questionou.

Citando países da Europa mediterrânea, o pedetista disse ser “inadiável” a ideia de um projeto de desenvolvimento.

“Eu imagino que nós deveríamos ter a tarefa audaciosa de eleger um país tipo França, tipo Itália, tipo Espanha e afirmar, sob o ponto de vista de indicadores socioeconômicos, que o Brasil quer ser uma França, uma Itália, uma Espanha, num universo estratégico de cinquenta anos. E então, tiramos o que seria o ponto de partida daqui”, mencionou.

Para o presidenciável, é preciso ainda entrar numa dinâmica da elevação da formação bruta de capital doméstico. Disse que, ao contrário do mito, não é o espontaneísmo que gera o alto nível de formação bruta de capital, mas sim arranjos institucionais que a política faz ou deixa de fazer. Trata-se, na prática, segundo ele, de como se desenha o sistema previdenciário, o tributário e como se organiza o mercado de capitais.

“É preciso associar um governo forte, democraticamente falando, com um empresariado forte, energizado, convergente com o processo desenvolvimentista que celebrarmos, e por fim, precisamos fazer uma aposta de investir em gente”, disse. “Mais do que tudo, precisamos eleger ideias, propostas que tenham força no povo. O tempo da reforma são os seis primeiros meses”, afirmou, caso seja eleito presidente da República.

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