Em discurso, Cristovam Buarque (PDT-DF)  se disse preocupado com outro problema ligado à Copa do Mundo no  Brasil: o aumento da prostituição de menores durante a realização do  evento.  Para ele, o problema se soma à liberação da venda de bebidas  alcoólicas nos estádios.
Cristovam lamentou a inexistência de qualquer  mobilização ou debate, nem entre o governo e as autoridades responsáveis  pelo evento, nem na Fifa, para reprimir, com rigor, um possível aumento  da prostituição de menores durante os jogos da Copa. Sua preocupação,  afirmou, elevou-se depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ)  absolveu um homem acusado de estuprar três menores de 12 anos. Sob  alegação de que as meninas se prostituíam, os juízes viram consentimento  nas relações sexuais.
— Nós não podemos permitir que com uma coisa tão  boa, como ter a Copa no Brasil, a gente possa ter a vergonha de  transformar o país em um centro de atração de turista pelos jogos e de  turistas sexuais por causa das nossas menores — disse o senador.
Ao registrar a realização de audiência pública onde  os dois temas foram discutidos, Cristovam posicionou-se contra a  liberação da venda e consumo de bebidas alcoólicas durante a realização  dos jogos da Copa. Em sua opinião, a liberação — contrariando lei já em  vigor no país — pode perturbar o próprio funcionamento das partidas e  vai ferir a soberania do Brasil.
— O fato de mudarmos as regras porque a Fifa nos  impõe essa mudança é uma vergonha, uma desmoralização e uma perda de  soberania nacional. E, se alguém disser que o Brasil está escolhendo  livremente, então por que não liberar depois da Copa do Mundo? Quem  errou quando se proibiu o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de  futebol há alguns anos? — questionou o parlamentar.
Jornal do Senado

