Ciro vincula pior crise econômica a Bolsonaro: “Desgoverno absoluto”


Da redação
16/03/2021

No I Seminário Trabalhista, o pedetista mostrou a necessidade de uma política socialmente responsável

O pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes, fez duras críticas à incompetência do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao responsabilizá-lo pela consolidação da maior crise econômica do Brasil. “É um desgoverno absoluto”, condenou, nessa segunda-feira (15), durante o ‘I Seminário Trabalhista’ para qualificação de prefeitos e vereadores.

No evento virtual produzido pelo partido em conjunto com o seu órgão de cooperação, a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), o ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza (CE) fez uma leitura conjuntural do cenário irradiado por todo o país, bem como chamou a atenção para o aumento da crise se for mantido o bolsonarismo no poder.

“É um olhar de quem está muito preocupado porque a situação brasileira é a pior da história. Ninguém pense que é exagero retórico nessa minha frase. São os piores dez anos de desenvolvimento econômico dos últimos 120 anos da história brasileira”, relatou, ao citar a estatística de crescimento negativo (-0,2%) do país e o acumulado empobrecimento da sociedade.

“Nos últimos dois anos do Bolsonaro, mais de quatro milhões de pessoas abandonaram a condição de plano privado de saúde e passaram a precisar também do SUS. O abuso campeia para todos os lados e os planos estão subindo seus preços”, alertou.

Sobre as perspectivas econômicas, fiscais e tributárias brasileiras, Ciro, que também é vice-presidente nacional do partido, disse que os gestores pedetistas terão uma função fundamental.

“Os prefeitos e prefeitas precisam entender que terão um papel essencial a cumprir para contemporizar. E isso é possível”, lembrou.

“Para nós, do PDT, é muito importante ter a ideia, o projeto, a luta e a militância, mas discurso sem exemplo todo mundo é capaz de fazer no Brasil. E estamos diante de exemplos concretos”, comentou.

Como parâmetro, Ciro citou as administrações do PDT em Niterói (RJ), com Rodrigo Neves, e em Fortaleza (CE), com Roberto Cláudio. Segundo ele, saíram com 80% de aprovação porque “tiveram capacidade de interferir na vida do povo com a forte presença de investimentos e a qualificação da infraestrutura dos serviços públicos.

“E quando não puderam fazer isso, não saíram de perto do povo e fizeram a humilde explicação e a prestação de contas, como homem público que esteja à altura da confiança popular em tempos de desmoralização da política”, acrescentou.

Progresso integrado

“A melhor forma de prever o futuro é tomar a sua construção nas mãos e realizá-la”. Ao resgatar uma frase do seu livro ‘Projeto nacional: O dever da esperança’ – que fora lançado em 2020 –, Ciro enalteceu a qualidade do segundo painel da série de debates programados para 2021.

Mediado por Rodrigo Neves e com a contribuição do presidente da Fundação, Manoel Dias, o evento recebeu o prefeito de Cabo Frio (RJ), José Bonifácio (PDT), o vice-presidente da FLB-AP e líder da consolidação do futuro plano de governo do Ciro, economista Nelson Marconi, e a secretária de Fazenda de Salvador (BA), Giovanna Victer.

Reconhecendo a contribuição dos debatedores, Ciro aprofundou a análise sobre viabilidade e aprovação da gestão municipal. Como ponto de equilíbrio, ele colocou a proporção do volume de recursos disponíveis com os investimentos que transformam a realidade da população local.

“Procure fazer com que a diferença entre a receita disponível e a despesa necessária seja a maior possível. Não para qualquer tipo de especulação, como é a grande política nacional, mas para financiar uma estratégia de desenvolvimento e políticas públicas que qualifiquem a vida do nosso povo”, disse.

Nas despesas, onde cita como principal item o gasto com servidor público, Ciro sugeriu a construção de um diálogo transparente e a abertura para um governo participativo que evite o conflito distributivo.

“Criar, logo na entrada, um fórum permanente de discussão da administração com a participação do prefeito”, indicou, ao associar com a “radical transparência na conta pública”.

Acompanhe a íntegra da transmissão aqui.

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