Ciro em Harvard: Temer e Cunha trabalham juntos


OM - Ascom PDT / Midia

O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, afirmou esta sexta-feira (22/4) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que o vice-presidente Michel Temer “é absoluta e indissociavelmente ligado ao Eduardo Cunha em tudo, inclusive nas suas piores práticas” – como um dos palestrantes em debate sobre o Brasil organizado por estudantes brasileiros das  universidades de  Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) ).

No debate, que reuniu empresários, políticos e pensadores para discutir o futuro do Brasil, Ciro disse também que não acredita que Temer e Cunha, responsáveis pelo impeachment, continuem juntos por muito tempo.

“Nesta altura, o Temer está calculando como se livrar deste trambolho. E não tem a menor autonomia para se livrar, porque se o Cunha um dia for preso ­e eu acho que ele vai­, será a maior delação premiada da história da humanidade, leva o Michel Temer e mais 250 deputados”, afirmou Ciro.

E acrescentou:

“O Eduardo Cunha não virou presidente da Câmara, sendo o bandido que é, por acaso. Eu vi a construção dessa ascensão porque ele foi entregando e recebendo, entregando e recebendo e depois comprou 250 deputados”, disse.

Ex-aluno de Harvard, onde estudou economia,  Ciro classificou o impeachment de “golpe”, dizendo que o processo não tem base legal e que o crédito de suplementação orçamentária e as pedaladas fiscais são só “pretextos formais” para o afastamento da presidente.

“A Dilma não praticou nenhum crime de responsabilidade. Você tem uma pessoa ameaçada de ruptura de seu mandato, sem ser acusada de nenhuma ilegalidade ou corrupção, sendo ameaçada de ser derrubada por uma quadrilha de ladrões, réus no STF”.

O candidato do PDT à presidência da República reiterou que “impeachment não é remédio para governo ruim” e, mais uma vez também, criticou a decisão de Dilma de nomear o ex-presidente Lula para  ministro da Casa Civil.

“A solidariedade devida por ela a ele é uma questão privada” e que ela não deveria deixar o STF na situação desagradável que ficou porque a nomeação ficou parecendo uma garantia da impunidade do Lula.

“Foi a atitude mais estúpida que eu vi alguém fazer na política nos meus 35 anos de militância. Mas isso não é a base de nenhuma das acusações pelas quais ela está respondendo”, acrescentou.  Sobre sua possível candidatura à presidência, disse ainda:

“Eu admiti para o meu partido que serei candidato e estou cumprindo as tarefas inerentes a um pré-­candidato. Mas  vou pensar cem vezes antes de ser candidato.”

Ciro também fez  um alerta sobre a proporção da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil  e destacou o risco de o atual cenário político-econômico resultar em uma crise bancária no Brasil.

“Hoje, é preciso colocar muita clareza no manejo da dívida pública no País. É necessário compreender o galope da dívida como proporção do PIB, do contrário a iminência da crise será uma crise bancária no País”, afirmou  referindo-se à premência e importância de o Brasil fazer as reformas tributária e fiscal.

Na opinião de Ciro, o Brasil não investe o que é necessário em setores como educação e saúde privilegiando, por exemplo, juros da dívida pública.

“Temos um estrangulamento de financiamento crônico no Brasil e a taxa de juros mais cara do planeta”, destacou, reforçando a necessidade de um debate profundo em torno do tema.

Ciro reiterou que Michel Temer, junto com Cunha, estão “golpeando o País”. E comparou a situação dos dias de hoje com a vivida há pouco pelo Paraguai, com a destituição do presidente Fernando Lugo, e também à da Venezuela.

“Estão se utilizando de protocolos no País e da propaganda para implementar um golpe”.

Na opinião de Ciro, Eduardo Cunha “é um gângster e está pilotando o golpe de Estado. É réu do Supremo Tribunal Federal (STF) por desvios, lavagem de dinheiro, contas ilícitas no exterior. A Justiça só achou a ponta de iceberg”, frisou.

Também foram convidados para o debate o  ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o empresário Jorge Paulo Lemann e o cientista políico João Feres Júnior, entre outros.

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