“Parques bom para cachorro”, por Everton Gomes


Everton Gomes
01/08/2022

“Parcão” deve ser um lugar em que os pets e seu tutor tenham conforto

Os parques são espaços de lazer e bem-estar dentro das grandes cidades: verdadeiros oásis em meio a uma vida caótica e complexa, na qual as pessoas cada vez tem menos contato com a Natureza. Nestes espaços – essências para a qualidade de vida –, tornou-se uma cena rotineira também a presença de animais, especialmente cães. Nossos “aumiguinhos” também são levados por seus donos como companheiros em caminhadas, em exercícios; ou apenas para dispor de um lugar amplo para brincar e relaxar.

Sabedores destas presença ilustres – de pequeno ou grande porte –, alguns planejadores urbanos desenvolveram espaços exclusivos para os pets. Sim! Agora, em muitos parques também temos áreas destinadas para a cachorrada: os parcões.

O parcão deve ser um lugar em que os pets e seu tutor tenham conforto; de preferência dos dois. Ali, podemos encontrar atividades que permitam ao animal explorar suas condições físicas e mentais – correr, pular, brincar, latir – sem que isto seja um incômodo para ninguém; já que o local ali é deles. Nestas áreas a ele reservadas, pode aguçar seu instinto animal; treinar seu espírito de liderança; ou mesmo conhecer outros cães também frequentadores.

Pensando-se em um passeio sem problemas, é necessário que nos espaços existam regras de convivência, segurança e higiene. Afinal, ao passear com seu peludo não queremos eventuais acidentes. Não é aconselhável alimentar os animais no lugar, pois isto pode produzir brigas pela disputa pelo alimento, cada vez mais sofisticado e cheiroso. Ainda é aconselhável que a guia e a coleira sempre estejam à mão; é oportuno lembrarmos que muitas cidades possuem legislações especiais sobre uso da focinheira e outros itens de segurança para a condução de cães considerados ferozes, no espaço público.

Neste sentido, no Estado do Rio de Janeiro a focinheira é paramento obrigatório, conforme o disposto na Lei 4.597/2005. Por último, sempre é bom que os tutores levem consigo sacolinhas para recolher as sujeiras do cão, permitindo que aquele ambiente mantenha-se limpo.

Os parcões também se tornaram um belo espaço para promoções e serviços: feiras de adoção; campanhas de vacinação contra zoonoses; organização de competições de esportes para cães, como “agility”; adestramento; e, principalmente, um ponto de referência para pequenos eventos voltados para bem-estar e venda de produtos caninos.

Nunca é demais destacar que os animais são protegidos por uma série de regramentos contra maus tratos. E nos parcões, obviamente, condutas danosas, reprováveis e degradantes – bem como o abandono animal – por serem tipificados como crimes, devem ser imediatamente comunicadas a autoridades públicas, evitando sofrimentos de nossos melhores amigos.

No Rio já existem muitos espaços em que os animais são bem-vindos. O ParCão da Lagoa é um belo exemplo. Hoje, o espaço é adotado e recebe cuidados e manutenção constante sendo uma boa opção para quem deseja dar um passeio na zona sul. A Praça Antero de Quental, no Leblon, acaba de receber um belo espaço todo feito de material reciclado. Uma ótima iniciativa!

Infelizmente, nem sempre é assim. Na Ilha do Governador, mais especificamente no Moneró, existe um dos poucos parcões do bairro. Lá, os moradores reclamam que o local escolhido para a instalação do espaço não foi o melhor. Sua conservação é uma das mais precárias que presenciamos, ao longo das vistorias – blitz cidadã do coletivo Rio boa Praça – que fazemos nas áreas verdes da cidade: mato alto; gradil comprometido (enferrujado e quebrado); além de os portões totalmente quebrados, gerando insegurança para os usuários. Um horror!

Pensando no bem-estar animal nos somamos aos apaixonados por esta bela solução urbana, que pode permitir uma boa relação entre os diferentes perfis de usuários dos parques e praças da cidade. Defendemos que os parcões sejam melhor cuidados; e, no cada vez, mais lugares do Rio os recebam. Nossos aumiguinhos vão adorar – afinal, quem não quer um lugarzinho pra dizer que é seu?

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