Em encontro de prefeitos, José Fortunati alerta para o impacto da instabilidade política na sustentabilidade


FLP-AP/Bruno Ribeiro

“A sustentabilidade, atualmente, fica em segundo plano em função de outros temas, como as crises econômica e política”, afirmou o ex-prefeito pedetista de Porto Alegre (RS), José Fortunati, ao participar hoje (27) de mesa de debate sobre “Cidades Resilientes e as estratégias de adaptação às mudanças climáticas”.

A iniciativa faz parte da série de atividades do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), que é realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) até amanhã (28) no estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília, e conta com o apoio da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).

Para Fortunati, que foi presidente da FNP e assume, agora, a vice-presidência institucional da entidade, a consciência da população cresce perante as mudanças e problemas de forma permanente. ” As pessoas necessitam compreender o significado de resiliência sem qualquer tipo de imposição. O cidadão precisa perceber sua importância para a cidade em que vive”, comentou.

O evento, que também contou com a participação de representantes do terceiro setor, do mercado e do governo, apontou que as principais preocupações do desenvolvimento sustentável, no século 21, devem incluir uma nova economia, por uma visão ampla, que contemple um novo padrão de relação social corporativo e novos indicadores do progresso humano.

Ao falar do período à frente da prefeitura de Porto Alegre, o pedetista destacou o processo de valorização do orçamento participativo e dos conselhos municipais. “Modelamos uma nova cultura e a população passou a discutir os rumos da cidade. Não é só repartir o orçamento, mas o conceito de sustentabilidade”, analisou.

Segundo ele, os investimentos em saneamento básico, com destaque para o caso da despoluição do rio Guaíba, representam intervenções de sucesso. “Com o debate, a sociedade e os empresários compreenderam e passaram a defender. Assim, a cidade passou a olhar com carinho para a questão ambiental. Criou-se um sentido de cidadania muito forte”, assegurou, ao visitar, na sequência, o stand da FLB-AP, que está localizado na ‘Alameda das Fundações’.

Na discussão, os debatedores defenderam ainda que a qualidade de vida urbana nunca foi tão importante para o futuro econômico de um país. Segundo eles, é imprescindível que os municípios adotem medidas e estratégias para a mitigação da mudança do clima, por meio da redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), e a identificação de vulnerabilidades na cidade, estabelecendo, assim, medidas adequadas de adaptação e resiliência.

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