Economia solidária desponta como saída para superar impactos da pandemia


Por Bruno Ribeiro / FLB-AP
22/07/2020

A difusão da economia solidária como ferramenta agregadora na superação dos retrocessos do governo Bolsonaro e dos impactos da pandemia pautou a nova edição do ‘Quartas Trabalhistas’, neste 22 de julho. O encontro virtual foi conduzido pelo presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias, e recebeu contribuições da vice-presidente da organização pedetista em Roraima, Célia Aguiar e de representantes do terceiro setor.

Caracterizado pelo fomento de atividades de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito com foco no cooperativismo e desenvolvimento social, o modelo econômico colaborativo desponta para ser a alternativa viável ao padrão capitalista consolidado pelo mercado financeiro em nível mundial, mas com ênfase nos países subdesenvolvidos.

Em uma ampla discussão sobre a expansão de caminhos participativos com os representantes do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Haroldo Mendonça e Tatiane Valente, Manoel Dias defendeu a importância da organização popular para efetivação da transformação social.

“Esse tema envolve a grande massa de excluídos, que são os mais penalizados pelo sistema vigente. Temos, portanto, uma saída para romper com a dependência e amarras do capitalismo e criar condições para a melhoria da qualidade de vida do povo”, relatou, ao mostrar a vinculação com os projetos de núcleos de base e de qualificação da Fundação, a partir da Universidade Aberta Leonel Brizola (ULB) e da Secretaria de Nucleação.

“Com as formações da ULB, podemos progredir com a expansão deste modelo solidário para todos os estados e, assim, ampliar a geração de renda e retirar milhares de brasileiros da extrema pobreza. Tenho certeza que o PDT e a Fundação abraçarão cada vez mais essa bandeira, pois existe uma identificação histórica”, disse Célia Aguiar.

Ao citar a colocação trabalhador, e não do capital, na centralidade do processo, Haroldo Mendonça defendeu a importância do cooperativismo e do associativismo para valoração diante da solidariedade socioeconômica.

“No Brasil, a agroecologia permite a organização de um modo diferenciado do agronegócio. Com o foco na preservação, é implementado a busca do equilíbrio entre a natureza e o homem”, exemplificou, ao completar: “A integração com as plataformas digitais cria oportunidades para oferta de produtos e serviços, além do suporte na área financeira, diante dos bancos comunitários.”

Representatividade

Sobre a participação do governo como elo fundamental, Haroldo citou ainda exemplos de progressos alcançados na construção de medidas públicas voltadas aos municípios brasileiros.

“Falar da economia solidária remete ao legado do professor e economista, Paul Singer, no Ministério do Trabalho e Emprego, que foi amparado e incentivado pelo então ministro, Manoel Dias, até 2015, na implementação de uma política nacional consistente”, lembrou.

Nesse sentido, Tatiane Valente abordou a luta histórica dos trabalhadores contra o avanço do capitalismo explorador, que, segundo ela, “domina, a partir das grandes empresas, o processo produtivo no mundo”.

“Uma forma de vivenciar a economia solidária é atuar na ponta para ligar o capital, o meio e seus participantes. Estaremos, portanto, não só organizando, mas também fortalecendo os trabalhadores para terem uma vida digna e um maior espaço para produzir. É uma alternativa para um mundo melhor”, relatou.

Confira a íntegra desse encontro:

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