CPI dos trens da ALERJ discute Supervia e aumento de R$ 2 na tarifa


Osvaldo Maneschy
19/04/2022

Das 104 estações, apenas 21 têm banheiros; nova tarifa entre em vigor na quinta (21/4)

O aumento de 40% programado para entrar em vigor, nesta quinta-feira (21/4), nos trens do Rio de Janeiro operados pela concessionária SuperVia, além do fato de que nas 104 estações apenas 23 têm acessibilidade e  só 21 possuem banheiros, foram alguns dos  assuntos tratados na última segunda-feira (18/4) na CPI dos Trens da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que ouviu o presidente da Supervia, Antônio Carlos Sanchez; o secretário estadual de Transportes, André Luiz Nahaas; e o diretor da Agência Reguladora de Transportes Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), Murilo Leal.

Na opinião do relator da CPI, deputado estadual Waldeck Carneiro (PSB), o sistema da SuperVia “vive um pré-colapso”.  Opinião compartilhada pela deputada Martha Rocha (PDT), também titular da CPI, para quem “os que dependem dos trens da SuperVia passa sufoco” tantas são as denúncias de atrasos, interrupção do serviço e péssima manutenção.

“Estamos trabalhando para que a SuperVia respeite os passageiros”, frisou Martha Rocha.

Também é objetivo da CPI – instalada  dia 24/3 e que se reúne toda segunda-feira, com prazo de três meses para concluir o seu trabalho – apurar a superlotação das composições, a duração das viagens,   o retorno do ramal Santa Cruz–Central do Brasil; e trazer à tona os danos sofridos pelos usuários.  Além de Martha Rocha, membro titular, a CPI é formada pelos deputados estaduais Lucinha (presidente – PSD), Eliomar Coelho (vice-presidente – PSB), Waldeck Carneiro (Relator – PSB), Luiz Paulo (PSD)  e Dionísio Lins (PP), também  titulares;  e mais a enfermeira Rejane (PC do B).

Na sessão desta segunda (18), o presidente da Supervia, Antônio Carlos Sanchez, disse que a empresa “investiu mais de 1,4 bilhão”; mas segundo os deputados, sem qualquer controle desses gastos pelo poder público já que a fiscalização é falha tanto da parte da Secretaria estadual de Transportes e da Agentansp.

“O Estado decidiu não operar mais o serviço, mas não possui estrutura fiscalizatória, deixando a raposa tomar conta do galinheiro”, afirmou o deputado Waldeck Carneiro. Também há falta de painéis eletrônicos para informar sobre as movimentações dos trens, nos  ramais e linhas, “apesar de lei estadual que vigora desde 2008 exigir isto”, acrescentou o deputado.

Reajuste de R$ 5 para R$ 7

Segundo a deputada Lucinha (PSDB), presidente da CPI, os integrantes da comissão de inquérito fizeram questão de ouvir de imediato o presidente da Agentrap  “para entender o que levou a aprovação desse programado aumento absurdo. O trabalhador não vai receber reajuste salarial proporcional ao aumento da tarifa”, argumentou.

Ela também frisou: “A  população que é transportada pela Supervia é uma massa trabalhadora gigantesca que depende do trem. Vivemos um momento caótico em relação à Supervia”.   A deputada afirmou que o serviço oferecido  é “desumano” e criticou o aumento  aprovado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp).

“É  sardinha em lata e a todo momento e a Supervia tenta se esquivar da responsabilidade. A CPI tem que ir a fundo para apurar tudo porque isso não pode cair no colo da população. Ninguém teve 40% de aumento salarial”, concluiu a parlamentar.

Apesar de o reajuste do valor da tarifa estar autorizado desde dezembro de 2021 pela AGETRANSP, ele já foi adiado duas vezes.

*Com informações do Extra, O Dia, Metrópoles e Diário do Rio.

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