Ciro Gomes volta a criticar a Reforma Trabalhista


Por Silmara Cossolino
30/05/2018

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, voltou a defender as reformas que o País necessita e disse que o próximo governo tem que ter a audácia de propor um projeto nacional de desenvolvimento. Ciro também teceu duras críticas à reforma Trabalhista.

“Essa reforma é uma fraude. Está escrito que o patrão pode alocar uma senhora grávida em um ambiente insalubre. E a maior aberração: permitiu o trabalho intermitente com remuneração abaixo do salário mínimo. E desde que entrou em vigor, o Brasil destruiu 500 mil postos formais”, ressaltou.

O pedetista participou na tarde desta terça-feira (29), em São Paulo, do evento sobre Eleições 2018 – Reformas e Desenvolvimento, organizado pelo Clube Transatlântico e Eurocâmaras. O encontro tem como objetivo a troca de ideias entre os pré-candidatos e empresários europeus.

“Então, isso é selva. E o século vinte não pode retroceder ao século dezenove. Se eu for presidente da República, ela (reforma Trabalhista) será revogada, na anuência de um grande debate sobre o que queremos. E a modernidade que queremos, se depender desse brasileiro aqui, vai proteger o trabalho na sua relação desigual, o que não quer dizer preconceito nenhum contra o capital, mas a parte frágil que precisa da proteção do Estado”, afirmou.

O presidenciável mencionou que o Brasil está com 13,7 milhões de pessoas desempregadas. Para ele, fragilizar a proteção do trabalho numa hora como essa “não é honesto”.

Aos empresários, Ciro disse que o Brasil precisa mudar. Baseado em índices, pontuou que nos últimos doze meses foram 62 mil homicídios, dos quais apenas 8% foram investigados, o que, segundo ele, “mostra a falência do estado de direito democrático brasileiro. ”

Ponderou que nesse momento há mais de 13 milhões de pessoas desempregadas e que a maioria da população brasileira está na informalidade. Mencionou que o Brasil tem problema sério de saúde pública, sendo a saúde “dever do Estado e um direito incondicional da população”.

No contexto macroeconômico, citou que nos anos oitenta, um terço do Produto Interno Bruto era industrial. Disse que a alternativa para o Brasil é tomar o processo rígido de reindustrialização e que, “felizmente”, o Brasil tem alternativas.

Citou como exemplo a crise da gasolina que o País está vivenciando, a qual, para ele, “é a evidência de um potencial brasileiro que está sendo jogado na lata do lixo” por questões ideológicas, quando não, por corrupção.
“O Brasil está, hoje, exportando petróleo bruto barato e crescentemente importando derivados de petróleo refinado do estrangeiro em dólar. Qual explicação para isso? ”, questionou.

Para ele, um país que tem a nacionalidade preservada como a Petrobras, que tem tecnologia e tradição em refino, tem todas as condições para ser um protagonista de uma indústria 4.0 de base petroquímica.

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