Ciro Gomes: “O Brasil precisa da ideia, militância e exemplo de Getúlio Vargas”


Por Bruno Ribeiro / FLB-AP
24/08/2020

Seminário Trabalhista do Ceará reuniu lideranças, incluindo o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio

 

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, homenageou o ex-presidente da República, Getúlio Vargas, ao citar todo o legado e a representatividade diante dos 66 anos do seu suicídio e consequente carta-testamento. As considerações ocorreram ao longo do debate que encerrou o 1º Seminário Trabalhista estadual, na noite desta segunda-feira (24).

“O Getúlio fez um ato político, de grande transcendência, e não de covardia ou fuga. Friamente, escreveu o manifesto da carta-testamento. É de uma plena atualidade e contemporaneidade no enfrentamento da desigualdade. É o maior estadista que tivemos”, avalia, ao entender que o homenageado foi um intérprete da alma popular brasileira diante de uma visão nacionalista influenciada por Alberto Pasqualini.

Ao contextualizar as realidades econômica e social, em níveis nacional e internacional, que Getúlio enfrentou, Ciro mostrou as circunstâncias de cada passo dado para inaugurar um país moderno, diante de projetos como a Companhia de Siderúrgica Nacional (CNS).

“O Brasil não era nada (economicamente) até Getúlio, que foi um homem absolutamente íntegro. Entre 1930 e 1980, foi o país que mais cresceu no mundo capitalista. Tudo fruto da imaginação deste grande líder. Registramos a projeção de uma concepção moderna com a criação da Petrobras, Eletrobras e tantos outros avanços”, garantiu Ciro.

Liderado pela Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), a partir do vice-presidente, Papito de Oliveira, e exibido pelo Youtube e Facebook da organização pedetista, o evento contou com as participações da presidente nacional da Ação da Mulher Trabalhista (AMT) e vice-presidente nacional do PDT, Miguelina Vecchio, e do prefeito de Fortaleza e presidente do partido na capital, Roberto Cláudio.

Para Miguelina, a essência do trabalhismo é marcada pela tentativa de oferta de dois pilares considerados essenciais: educação e trabalho. E o getulismo sempre considerou as prioridades da camada popular e a relevância feminina no contexto nacional, com destaque para a reforma eleitoral regulamentada em 1934.

“Grande estadista, Getúlio enfrentou a realidade para dar o direito de voto às mulheres a partir da reforma eleitoral, além de reconhecer a função social da maternidade em um período que nós éramos consideradas praticamente reprodutoras. Isso tem uma força política gigantesca”, ressalta.

“Com a magnitude da visão dele, naquele período, nenhum outro governante faria aquilo, pois teve que combater as forças mais poderosas do país, que não queriam que nenhuma mulher votasse. Essa reforma começou a levá-las ao parlamento”, acrescentou, ao citar o processo de construção partidária conduzido por Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e a atuação da AMT.

Ao valorizar a igualdade de gênero e o protagonismo feminino na sua gestão municipal, Roberto Cláudio relembrou o legado varguista para mostrar a importância do setor público e do desenvolvimento industrial como canal estimulador do progresso da nação, bem como combater retrocessos, indicados exemplarmente nas limitações de investimentos criadas por Michel Temer.

“Vivemos um momento em que os direitos dos trabalhadores são atacados com uma reforma que desestabiliza, além das mudanças na previdência, que mantém os privilégios dos ‘marajás’ intactos”, disse, ao completar: “O teto de gastos, implementado na gestão Temer, limita os recursos no setor público, principalmente na educação e saúde, e não considera, por exemplo, diversos custos que também sofrem o impacto da variação cambial.”

“No momento em que o Brasil entrega, a “preço de banana”, diversos ativos estratégicos e, em uma pandemia, mostra a falta de produtos nacionais pela desindustrialização, discutir o legado varguista é absolutamente necessário. Getúlio estimulou a indústria de base pelo caminho da siderurgia e do “petróleo é nosso”, que deu origem à Petrobras”, analisou Roberto, na sequência, ao mencionar o perfil revolucionário da liderança trabalhista.

Estímulo

Sobre a construção de um novo momento do país, o prefeito cearense conclamou os trabalhistas para impulsionar a afirmação do Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND).

“Como o Ciro tem defendido, precisamos de um novo marco civilizatório, no Brasil, a partir do capital humano. E, nós, na gestão de Fortaleza, damos exemplo, pois temos o maior percentual de ensino integral e o recorde de investimento público da história. São recursos para qualificar a vida do trabalhador”, salientou.

“As melhores memórias de Vargas, Jango e Brizola estão representadas pelo PDT de Ciro Gomes. Com esse sentimento, temos esperança de um Brasil progressista e vamos, unidos, gerar mais oportunidades para o povo”, concluiu.

Acompanhe a íntegra do debate transmitido pelo Estúdio Legalidade e Central de Mídias Sociais: https://www.youtube.com/watch?v=RQTcuPJtmEQ&feature=youtu.be.

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