Ciro diz que divisão política não vai permitir que Brasil supere a crise

Foto: Leo Canabarro

Silmara Cossolino
05/10/2018

O candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, lamentou o fato da disputa ao Palácio do Planalto caminhar para o “extremo”. O pedetista participou, na noite desta quinta-feira (4), do debate presidencial da TV Globo, o último antes do primeiro turno das eleições.

Ciro, que abriu o primeiro bloco do programa, disse que não existe “salvador da Pátria” e que o Brasil precisa de propostas, de um projeto nacional de desenvolvimento.

“O Brasil tem problemas que precisamos ajuizar. O que está em jogo são 13,7 milhões de pessoas desempregadas; 63 milhões com o nome no SPC. Eu acumulei ficha limpa e tenho um projeto. E afirmo, o Brasil precisa construir um novo caminho”, disse o presidenciável.

Ao ser questionado porque um “salvador da Pátria sempre dá errado e termina em desastre e sofrimento para a população”, respondeu que esta é a hora “mais grave”, o choque entre duas personalidades – o lulismo e antilulismo.

”Compreendo isso e peço a Deus que ilumine a minha palavra. Não existe salvador da Pátria. O problema do Brasil passa também por econômico. É grave e complexo o momento brasileiro”, afirmou.

O candidato disse que o Brasil precisa ativar quatro motores, resolver o endividamento das famílias, resolver o colapso do endividamento dos empresários, corrigir as contas públicas e, por fim, buscar o caminho da indústria, como petróleo, gás e energia, além da saúde.

O debate teve quatro blocos, sendo que no segundo, foram sorteados temas como custo brasil, saúde, legislação trabalhista, educação e meio ambiente, dentre outros. Ao ser questionado sobre como equacionar o problema entre agronegócio e meio ambiente, Ciro Gomes respondeu que teve o privilégio de escolher como sua vice,  uma mulher (Kátia Abreu), a qual tem competência para resolver questões agropastoril.

“É preciso mudar o perfil econômico e oferecer oportunidades e alternativas aos setores mais sensíveis”, disse. “Se tem um país no mundo que pode criar harmonia entre a produção e a preservação de recursos naturais, esse país é o Brasil”, afirmou.

No terceiro bloco, o tema das perguntas foi livre, feita entre os candidatos. Ciro foi questionado como resolver o problema das creches para as crianças carentes. O pedetista pode, então, explicar sobre sua proposta de creche em tempo integral.

“Nosso projeto para mudar a educação do nosso país começa pela educação infantil. Vou implantar creches de tempo integral para crianças de 0 a 3 anos”, disse. “Quando governei o Ceará, sai muito orgulhoso porque sai como o governador melhor avaliado. Consegui abrir uma creche a cada dois dias de governo. Hoje, o Ceará tem o menor índice de mortalidade infantil”, complementou.

Já no quarto e último bloco, Ciro foi questionado sobre a reforma da Previdência. “Ela é uma aberração, uma selvageria. O problema é que o sistema de repartição está quebrado e precisamos criar um regime de capitalização”.

Por fim, o presidenciável deu seu recado ao eleitor brasileiro: “Há quatro anos nosso país está parado, paralisado por uma crise política. Essa divisão não vai permitir que o Brasil supere sua crise, não vai permitir mudar esse país. Peço humildemente uma oportunidade. Eu tenho ficha limpa, experiência e uma proposta para resolver os problemas dos brasileiros. Ganho do Haddad e do Bolsonaro com grande folga no segundo turno, mas preciso do seu voto no primeiro”.

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