Brizolândia: “Pela preservação da Floresta do Camboatá, que o autódromo seja em outro lugar”

Foto: Fábio Pequeno

Fábio Pequeno/PDT do Rio de Janeiro
05/08/2019

Nesta última quarta-feira (31), aconteceu mais uma edição da Brizolândia, nas escadarias da Câmara dos Vereadores, Cinelândia. O parlamento popular a céu aberto abriu seus microfones, como faz todos os meses, para falar do Meio Ambiente – especificamente sobre a risco de perder a Floresta do Camboatá para a especulação imobiliária. Também houve uma apresentação do Movimento Ecotrabalhismo – mais uma frente que o PDT abre para promover mais qualidade de vida para o povo brasileiro.

Everton Gomes, vice-presidente da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, abriu o evento alertando os populares sobre a união estabelecida entre o prefeito, o governador e o presidente para derrubar a última Floresta de área plana de Mata Atlântica da cidade e, em seu lugar, construir um autódromo. Isso sem qualquer tipo de estudo de impacto ambiental, consulta popular e, principalmente, passando por cima da lei.

“Companheiros, Crivella, Witzel e Bolsonaro, se uniram para derrubar a Floresta do Camboatá para construir um autódromo. Este santuário verde fica em Deodoro, Zona Norte – região mais afetada pelo calor e com a menor cobertura vegetal da cidade”, disse.

Ele explicou que a cidade do Rio foi palco de discussões, há quase 30 anos, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, e que hoje a imagem que o Rio passa é a de inimiga do meio Ambiente.

“Em 1992, chefes de Estados de mais de 100 países assinaram, aqui na cidade, um documento para garantir o desenvolvimento sustentável. Hoje, o prefeito joga na lata do lixo o protagonismo da cidade quando decide, de forma unilateral, derrubar 200 mil árvores e exterminar milhares de animais que estão ameaçados de extinção. Isso não existe em lugar nenhum no mundo” bradou.

Everton terminou sua intervenção alertando sobre o aquecimento global. “O último verão foi o mais quente do século e esse fenômeno é consequência das alterações climáticas. “Infelizmente, eles [prefeito, governador e presidente] não tem nenhum tipo de empatia com o povo. Não entendem que meio ambiente é preservação da vida das pessoas”.

O Movimento SOS Floresta do Camboatá participou do evento e explicou as principais ações da Prefeitura e do Governo Estatual e Federal para a destruição da Floresta do Camboatá. De acordo com Felipe, fundador e porta voz do movimento, pesquisadores do Jardim Botânico identificaram, na área que compões a Floresta (200 hectares), inúmeras espécies de árvores e animais que estão em extinção.

“O Rio de Janeiro guarda um tesouro ecológico, praticamente desconhecido da maior parte dos cariocas. Este tesouro chama-se Floresta do Camboatá. O Jardim Botânico catalogou dezenas de espécies de árvores nativas da Mata Atlântica e dezenas de espécies de pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios”, disse.

“Querem construir um autódromo no lugar, que resultaria na derrubada de quase 200 mil árvores. Sozinha, ela tem 10 vezes mais árvores do que o Parque do Flamengo, o Campo de Santana, a Quinta da Boa Vista e o Passeio Público juntos! Sem falar na fauna que habita o local ou que usa a área para descanso ou procriação”, explicou.

Felipe concluiu enfatizando que o SOS Floresta do Camboatá, e todos que lutam pela “Floresta de Pé”, não são contra o autódromo, mas que “seja construindo em outro lugar” pois existem áreas próximas que podem ser utilizadas sem causar o impacto ambiental proposto.

Ivana Groof, coordenadora Nacional do Movimento Ecotrabalhismo, explicou que, para o PDT, lutar pela preservação da Floresta Camboatá é primordial e que o movimento nasce já com grandes desafios. Ela destaca o dever trabalhista de lutar pelos direitos da classe trabalhadora e afirma que o Ecotrabalhismo nasceu para combater a destruição do planeta.

“Hoje, vivemos uma realidade que o mundo está seriamente em risco de entrar em colapso, por conta da ganância das grandes corporações. As águas estão sendo envenenadas pelos agrotóxicos, o ar estão cada vez mais contaminado com gás de efeito estufa, o mar daqui a pouco terá mais plástico do que peixe, além de outros problemas. Vamos lutar por cada árvore, vamos lutar pela água e principalmente vamos lutar pela garantia da vida sustentável para as próximas gerações. O nosso objetivo e garantir que territórios com Floresta do Camboatá exista por toda vida. E tenho certeza que vai existir”.

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