Sindipetro-BA acusa ANP de prejudicar a Petrobrás fechando campos de óleo e gás


Osvaldo Maneschy
14/12/2022

Paralisação atinge negócio de 20 mil barris de petróleo por dia e de R$ 4 bilhões de faturamento bruto por ano

O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindpetro-BA) acusou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) de prejudicar a Petrobrás em benefício de empresas privadas com a sua decisão de proibir que continuem funcionando instalações da Petrobrás para produção de óleo e gás nos campos terrestres nos municípios baianos de  Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios,
Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araças. A ANP deu prazo de 72 horas para que a Petrobrás paralise totalmente a produção nessas localidades, alegando problemas técnicos.

Em nota, a direção da Petrobrás confirmou que a ANP determinou que a empresa paralise a operação em 37 instalações terrestres até que sejam feitas modificações técnicas na produção. Com o ultimato da ANP, a Petrobrás informou que por sua vez que já está atuando para “uma parada segura nas instalações” para que tudo volte a funcionar “de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais de segurança”.

Só que esta paralisação, que deve durar pelo menos uns seis meses, segundo o diretor de comunicação do Sindpetro-BA, Radiovaldo Costa, além de prejudicar todos os sete municípios produtores, que recebem royalties, provocará a demissão imediata de 4.500 trabalhadores.  Costa argumentou que em vez de proibir o funcionamento dos campos de produção de óleo, a ANP deveria determinar prazos para corrigir os problemas.

“O Sindipetro-BA chama a atenção que será paralisado um negócio de 20 mil barris de petróleo por dia e de R$ 4 bilhões de faturamento bruto por ano, impactando diretamente no orçamento de sete municípios que deixarão de receber os royalties e o INSS pago pela Petrobrás . Além, é claro, da demissão 4.500 trabalhadores que prestam serviços à Petrobrás”, observou o sindicalista.

Na opinião de Radiovaldo Costa, a decisão da ANP “é descabida, absurda e desnecessária” porque deve durar no mínimo seis meses trazendo graves prejuízos para os  municípios atingidos.  Ele observou que outros campos terrestres, com os mesmos problemas, não foram impedidos de funcionar porque  escoam sua produção para a recem privatizada  Refinaria Randulpho Alves, em Mataripe (BA) que cobra pelos derivados preços ainda maiores dos que os praticados pela Petrobrás.

“Para não prejudicar as empresas privadas, a ANP deixou de fora esses parques produtores, ou seja, a ANP fez uma fiscalização seletiva”, acusou  Radiovaldo. Ele viu com estranheza “o fato da ANP, um órgão público, agir em favorecimento de empresas privadas prejudicando a Petrobrás que também é uma empresa pública”.

Na mesma direção, sobre o que está acontecendo na Bahia, o articulista Jailton Andrade, do blog 247, afirmou que a ANP “se transformou em escritório parceiro da 3R Petroleum” desde que o ex-presidente da estatal, Roberto Castelllo branco, assumiu a direção da 3R  “transformando-a numa máquina de fazer lucro diário de R$ 5,2 milhões”.  Segundo Jailton, os atuais conselheiros da ANP “trataram de potencializar ainda mais os negócios da 3R Petroleum fechando os campos terrestres de sua principal concorrente, a Petrobras”.

Fonte: Petronotícias,  FUP e 247.

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