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O PDT, representando pelo presidente nacional Carlos Lupi, assinou um manifesto de partidos políticos em defesa do Superior Tribunal Federal (STF) e dos ministros após os ataques do governo dos Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump. Divulgado nesta quarta-feira (23), o documento conta ainda com o apoiamento do PT, PSB, PSOL, PCdoB, PV e Cidadania.
Segundo os representantes das siglas, a Corte brasileira tem atuado “no cumprimento da lei, na defesa da Constituição de nosso país e da nossa democracia” diante das medidas unilaterais norte-americanas, que representam um “gesto indevido, agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias”.
A crise tem como base a ação penal sobre a tentativa de golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2023, que foi liderada pelo ex-presidente e réu Jair Bolsonaro. Para os presidentes das siglas, o julgamento “transcorre estritamente no devido processo legal, inclusive com ampla garantia do contraditório”, mesmo diante das sucessivas “tentativas de coação da Justiça”.
Ao final, os signatários ratificam a “irrestrita solidariedade aos ministros do STF” e “a defesa irrenunciável da soberania nacional e das nossas instituições”.
Confira a íntegra do manifesto:
Recebemos com profunda indignação a notícia de que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, determinou sanções unilaterais a ministros do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua atuação no cumprimento da lei, na defesa da Constituição de nosso país e da nossa democracia.
Este gesto indevido, agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias de nossos países, torna-se ainda mais grave por sua manifesta motivação política, configurando uma ingerência espúria no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional.
A ação penal no STF sobre a tentativa de golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2023 transcorre estritamente no devido processo legal, inclusive com ampla garantia do contraditório. As tentativas de coação da Justiça neste processo, venham de onde vierem, recebem o repúdio da sociedade brasileira.
As retaliações agora anunciadas seguem-se a sanções e ameaças de natureza tarifária e comercial, que foram igualmente contaminadas por interesses políticos, quando deveriam ser objeto de negociação como propõem o governo e o setor produtivo do Brasil.
Manifestamos irrestrita solidariedade aos ministros do STF, ao mesmo tempo em que reafirmamos a defesa irrenunciável da soberania nacional e das nossas instituições.