Fundações do PDT, PT e PCdoB debatem legado dos governos de esquerda


FLB-AP/Bruno Ribeiro
14/07/2017

Reflexão a partir da autocrítica. Com esse prisma, representantes das fundações Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (PDT), Maurício Grabois (PC do B), e Perseu Abramo (PT) se reuniram nesta sexta-feira (14), em São Paulo, na oficina “Legado e lições dos governos Lula e Dilma; Brasil pós- golpe; e caminhos, alternativas para tirar o Brasil da Crise”. Durante o evento, aprovaram uma nota de solidariedade ao ex-presidente Lula.

Liderando a participação pedetista, o presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) e secretário-geral do partido, Manoel Dias defende união por um país mais justo, igual e socialista.

“As forças reacionárias da direta neoliberal, financiadas e apoiadas pelo neoliberalismo baseado no mercado financeiro, retiraram uma presidente legitimamente eleita e atacam um ex-presidente reconhecidamente popular. O projeto do golpe não está completo e, por isso, não permitirão que um membro da esquerda retorne ao Palácio do Planalto para retomar o avanço social do povo”, criticou, ao convocar os partidos e militantes para combater o governo ilegítimo de Michel Temer e cobrar eleições gerais e diretas.

“O Trabalhismo representa a intensa defensa dos direitos do povo. Nesse momento, faço questão de exaltar Leonel Brizola, eterno líder, e a pré-candidatura de Ciro Gomes a presidente da República”, completou, ao lado do secretário-adjunto do PDT, André Menegotto, e do secretário nacional de Nucleação da FLB-AP, Luizinho Martins.

Para o professor da FLB-AP, Wendel Pinheiro, que foi um dos palestrantes na mesa sobre o “Legado e lições dos ciclos dos governos Lula e Dilma”, a atividade entre as instituições permitiu uma profunda análise da conjuntura política nacional. “Ratifiquei a necessidade da esquerda de voltar ao seu projeto popular de nação. No âmbito da história comparada, uma avaliação, a partir dos contextos históricos, entre os governos de Getúlio Vargas e João Goulart e de Lula e Dilma”, explicou, ao debater ao lado de Artur Henriques e Artur Henriques.

“Está excelente a participação do PDT, que defende um projeto popular, nacionalista e antiimperialista. Senti uma grande convergência do PCdoB com as nossas teses. Da parte do PT, excelentes análises e autocríticas profundas de quadros como, por exemplo, Márcio Pochmann”, acrescentou Wendel.

A segunda mesa analisou a realidade do Brasil pós-golpe a partir das contribuições do pedetista Ronaldo Teixeira (Nado), e de Gustavo Codas e Haroldo Lima. “Evidencio a tentativa desenfreada de destruição dos direitos sociais e do Estado Nacional promovido pelo Trabalhismo. E aproveito para questionar, no campo econômico, o papel do BNDES, que fugiu do seu sentido original”, justificou Nado.

Na sequência, Mauro Benevides Filho, do PDT, acompanhado de Marco Aurélio Garcia e Ronaldo Carmona, avaliou os caminhos e alternativas para tirar o Brasil da crise e garantir o reencontro com a democracia, o Estado de Direito, o desenvolvimento e o progresso social.

Na sua intervenção, Luizinho Martins pontuou a ausência de tática da esquerda brasileira e o excessivo hegemonismo no interior do bloco popular. “Chamo a atenção para o erro estratégico das alianças ao privilegiarem os apoios aos partidos de centro-direita em prejuízo dos partidos históricos de esquerda, como o PDT e o PCdoB”, disse.

Na mesma linha, André Menegotto relatou os desafios para aprovar a taxação dos grandes lucros. “Reforço ainda a necessidade de uma ousada política nacionalista com a restrição da remessa de lucros ao exterior, a auditoria da dívida pública e o combate à ampla sonegação dos impostos”, cobrou, ao justificar que essas agendas são essenciais para a afirmação da soberania brasileira no campo econômico.

 

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