Carlos Lupi estimula multilateralismo para contrapor protecionismo dos EUA


Bruno Ribeiro
29/11/2025

Na Internacional Socialista, presidente do PDT critica ingerência de Trump no Brasil

Na reunião do Conselho da Internacional Socialista (IS), que foi iniciada nesta sábado (29) em Malta, na Europa, a política protecionista dos Estados Unidos da América foi um dos temas do debate conduzido por Pedro Sánchez, presidente da Espanha e da organização progressista. Para Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e vice-presidente da IS, o multilateralismo é a saída para construir acordos globais de contraposição e criticou a tentativa de ingerência do presidente Donald Trump no Brasil.

Ao lado da coordenadora-geral da IS, Chantal Kambiwa, e do primeiro-ministro e líder do Partido Trabalhista maltês, Robert Abela, o líder da legenda brasileira afirmou ainda que “a mobilização das lideranças socialistas comprometidas com a democracia e a paz é determinante para a efetivação de um cenário global mais justo e igualitário”.

“Estimulamos a ampliação das discussões para fortalecer a cooperação multilateral e construir sociedades mais inovadoras e inclusivas. Seguimos representando o Brasil com diálogo, responsabilidade e compromisso com quem mais precisa”, disse, valorizando a presença da comitiva pedetista, que contou os vice-presidentes nacionais André Figueiredo e Sirley Soalheiro, do vereador de Porto Alegre Marcio Bins Ely e do membro do Diretório Nacional, Everton Gomes.

Abordando a tentativa de interferência do governo norte-americano na soberania brasileira, Lupi criticou as ações de Trump para tentar gerar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Aplicou sanções ilegais contra ministros do STF e taxas abusivas contras os produtos brasileiros. Desde o começo, alertei que as medidas teriam efeito contrato. Está aí provado com números. A economia americana sofre com inflação e ele teve que recuar. O Brasil buscou o diálogo e novos caminhos para sair fortalecido”, avaliou.

Sobre o ambiente brasileiro, Lupi avaliou que o governo do presidente Lula consolidou a retomada das políticas sociais e está promovendo uma política econômica que viabilizou o pleno emprego e o permite o crescimento desenvolvimento industrial e agrícola em todos as regiões.

Durante o encontro, que contou com a entrega do Prêmio Peña Gómez –homenagem aos intelectuais e artistas progressistas por suas contribuições à democracia e à paz –, o colegiado tratou também das crises políticas e econômicas na Europa e no Oriente Médio, bem como intensificou o alinhamento da organização para impedir o avanço da extrema-direita.

Ao exaltar o socialismo, Pedro Sánchez assegurou que a ideologia política que “ainda está dirigido para o norte d- dignidade, igualdade e justiça”.

“Vamos ser honestos, estamos vivendo em tempos difíceis. Guerras, desligamentos democráticos, desigualdade, desastres climáticos, interrupções tecnológicas, mas dificuldades não devem nos deixar desesperados. Não importa quão escuro seja o inverno, a primavera sempre nos seguem. E a primavera tem nosso nome, o nome do socialismo. Porque a questão não é mais se devemos ir para a esquerda. A questão real é como o mundo não pode afastar-se”, opinou.

“Querer salários decentes não é radical. Cortá-los é radical. Defender que todos tenham uma casa não é extremismo. Permitir a desigualdade em cidades cheias de apartamentos vazios é radical. Proteger direitos não é ir muito longe. Tentar retirar esses direitos é o que vai muito longe”, concluiu.