“América Latina unida em defesa da democracia”, por Everton Gomes


Everton Gomes
30/10/2024

Laços fortalecidos no Rio apontam para um futuro de cooperação

A defesa da democracia sempre foi uma das nossas bandeiras. E, agora em outubro, o PDT mais uma vez reafirmou o seu compromisso com ela, a democracia, a justiça social e os direitos humanos no encontro da Internacional Socialista (IS) — organização que reúne, há mais de 70 anos, os partidos reformistas e democráticos de mais de cem países.
Durante a reunião anual do Comitê para América Latina e Caribe da Internacional, muitas questões contemporâneas foram debatidas. E, mesmo não estando no Hotel Pestana, em Copacabana, tive oportunidade de discutir com integrantes de partidos que integram a renomada organização pautas comuns a boa parte dos países da América Latina.

E quero aqui destacar algumas das questões levantadas pelo senador mexicano Alejandro Moreno, do PRI – um nome que já desponta para participar das futuras eleições presidenciais daquele país. O preparo e as convicções social-democratas de “Alito”, como o parlamentar é conhecido, são uma exceção em tempos de radicalização e aridez de ideias no cenário político global.

Além do combate ao autoritarismo e ao populismo, ele defendeu maior participação dos jovens e das mulheres na política (o voto feminino é obra do PRI por lá, como é do trabalhismo por aqui), criticou o hegemonismo do Morena, partido do ex-presidente Lopez Obrador e da nova presidente Claudia Sheinbaum, que vem, entre outras coisas, minando o equilíbrio entre os poderes.

Também estive com outras autoridades, como o vice-presidente da COPPPAL e ex-senador Alberto Aguilar, também do PRI; do secretário-executivo do PRI, Jorge Garco; e do vice-presidente da COPPPAL, Gerardo Morris Abarca (APRA/Peru). Com eles, também os deputados Carlos Mancilla e Hugo Arroyo Gutierrez, ambos do PRI. Homenageamos Vargas, que recebeu uma coroa de flores em nome do PRI em seu monumento, na Glória. Importante lembrar que os mexicanos viveram com Lázaro Cárdenas (1934-1940), ícone histórico do PRI, conquistas muito similares às que Getúlio nos legou, como a nacionalização do petróleo.

A recente vitória do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que venceu dogmatismos de seu partido e delírios “conservadores” dos opositores, que arruinaram a Inglaterra durante mais de uma década, nos mostra que, na realidade democrática, nada muda sem que o povo chancele a mudança pela via soberana do voto. Os partidos reformistas, que rejeitam os extremismos e aliam capital e trabalho, são o caminho para a superação das desigualdades. Orgulhosamente de centro-esquerda, os laços fortalecidos no Rio apontam para um futuro de cooperação e de um apelo à racionalidade em tempos difíceis.

*Everton Gomes é cientista político e secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio.

Compartilhe: