Na Internacional Socialista, presidente do PDT critica ingerência de Trump no Brasil
Na reunião do Conselho da Internacional Socialista (IS), que foi iniciada nesta sábado (29) em Malta, na Europa, a política protecionista dos Estados Unidos da América foi um dos temas do debate conduzido por Pedro Sánchez, presidente da Espanha e da organização progressista. Para Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e vice-presidente da IS, o multilateralismo é a saída para construir acordos globais de contraposição e criticou a tentativa de ingerência do presidente Donald Trump no Brasil.
Ao lado da coordenadora-geral da IS, Chantal Kambiwa, e do primeiro-ministro e líder do Partido Trabalhista maltês, Robert Abela, o líder da legenda brasileira afirmou ainda que “a mobilização das lideranças socialistas comprometidas com a democracia e a paz é determinante para a efetivação de um cenário global mais justo e igualitário”.
“Estimulamos a ampliação das discussões para fortalecer a cooperação multilateral e construir sociedades mais inovadoras e inclusivas. Seguimos representando o Brasil com diálogo, responsabilidade e compromisso com quem mais precisa”, disse, valorizando a presença da comitiva pedetista, que contou os vice-presidentes nacionais André Figueiredo e Sirley Soalheiro, do vereador de Porto Alegre Marcio Bins Ely e do membro do Diretório Nacional, Everton Gomes.
Abordando a tentativa de interferência do governo norte-americano na soberania brasileira, Lupi criticou as ações de Trump para tentar gerar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Aplicou sanções ilegais contra ministros do STF e taxas abusivas contras os produtos brasileiros. Desde o começo, alertei que as medidas teriam efeito contrato. Está aí provado com números. A economia americana sofre com inflação e ele teve que recuar. O Brasil buscou o diálogo e novos caminhos para sair fortalecido”, avaliou.

Sobre o ambiente brasileiro, Lupi avaliou que o governo do presidente Lula consolidou a retomada das políticas sociais e está promovendo uma política econômica que viabilizou o pleno emprego e o permite o crescimento desenvolvimento industrial e agrícola em todos as regiões.
Durante o encontro, que contou com a entrega do Prêmio Peña Gómez –homenagem aos intelectuais e artistas progressistas por suas contribuições à democracia e à paz –, o colegiado tratou também das crises políticas e econômicas na Europa e no Oriente Médio, bem como intensificou o alinhamento da organização para impedir o avanço da extrema-direita.
Ao exaltar o socialismo, Pedro Sánchez assegurou que a ideologia política que “ainda está dirigido para o norte d- dignidade, igualdade e justiça”.
“Vamos ser honestos, estamos vivendo em tempos difíceis. Guerras, desligamentos democráticos, desigualdade, desastres climáticos, interrupções tecnológicas, mas dificuldades não devem nos deixar desesperados. Não importa quão escuro seja o inverno, a primavera sempre nos seguem. E a primavera tem nosso nome, o nome do socialismo. Porque a questão não é mais se devemos ir para a esquerda. A questão real é como o mundo não pode afastar-se”, opinou.
“Querer salários decentes não é radical. Cortá-los é radical. Defender que todos tenham uma casa não é extremismo. Permitir a desigualdade em cidades cheias de apartamentos vazios é radical. Proteger direitos não é ir muito longe. Tentar retirar esses direitos é o que vai muito longe”, concluiu.
